Polícia Federal apreende R$ 60 mil no apartamento de Fernando Pimentel
Durante a operação Monograma, deflagrada nesta segunda-feira (12) em Belo Horizonte, Minas Gerais, a Polícia Federal apreendeu cerca de R$ 60 mil em moedas nacional e estrangeiras no apartamento do ex-governador Fernando Pimentel (PT).
A operação é um desdobramento da operação Acrônimo, que teve a primeira fase em 2015. Segundo o delegado da PF Marinho Rezende, ela tem como objetivo tentar confirmar que Pimentel seria sócio oculto “com poder de mando” de uma empresa de consultoria que emitiu nota por serviços que não teriam sido realizados para a construtora OAS em valor superior a R$ 3 milhões.
O dinheiro teria entrado por caixa 2 para a campanha do petista ao governo de Minas em 2014. Em troca, a OAS teria conseguido indicação de obras no Uruguai por influência dele quando ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, durante o governo de Dilma Rousseff (PT).
A operação tem como base ainda a delação premiada do empresário Benedito de Oliveira, o Bené, que atuou na campanha do ex-governador. A Polícia Federal não descarta que alguma instituição financeira do Uruguai, considerado paraíso fiscal, tenha sido utilizada na transação. Conforme o delegado, os R$ 3 milhões foram repassados em cinco parcelas. A PF não identificou quais obras a OAS teria sido contratada a fazer no Uruguai.
Libra esterlina, euro, dólar e real
Os cerca R$ 60 mil apreendidos no apartamento de Pimentel estavam em libra esterlina, euro, dólar e real. “O advogado agora vai peticionar, justificar a presença dos recursos e a Justiça vai decidir o que vai acontecer”, disse o delegado.
O advogado de Pimentel, Eugênio Pacelli, afirmou ter sido o próprio Pimentel, que estava em casa no momento da busca e apreensão, que indicou onde estava o dinheiro. “São restos de viagem”, disse.
Pimentel é investigado por possível lavagem de dinheiro e falsidade ideológica, por suposto recebimento de recursos irregulares para campanha. O crime de falsidade ideológica pode ser punido com pena de até cinco anos de prisão. Para lavagem de dinheiro, a pena é de três a dez anos de prisão.
O que diz a OAS
A OAS afirmou ter nova administração e disse que busca seguir com os negócios de forma ética. “A OAS conta com uma nova gestão e esclarece que tem contribuído com as autoridades competentes e com a Justiça, prestando todos os esclarecimentos que se façam necessários. O objetivo da empresa é concluir os acordos de leniência e seguir com os negócios de forma ética, transparente e íntegra”, afirma, em nota.
*Com Estadão Conteúdo
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.