Polícia Federal encontra itens de Bruno Pereira e Dom Phillips em área de busca
Documentos, roupas, calçados e outros objetos dos dois desaparecidos foram localizados e encaminhados para perícia
A Polícia Federal informou na noite deste domingo, 12, ter encontrado diversos itens pertencentes a Bruno Pereira, indigenista brasileiro, e Dom Phillips, jornalista britânico, que estão desaparecidos desde o último domingo, 5. Outros objetos dos dois foram localizados pelo Corpo de Bombeiros do Amazonas. A PF encontrou na área de buscas um cartão de saúde, uma calça preta, um chinelo preto e um par de botas de Bruno Pereira, e um par de botas e uma mochila com roupas de Dom Phillips. Anteriormente, os bombeiros amazonenses relataram terem localizado uma mochila do jornalista amarrada em uma árvore, em área de igapó, terreno de mata alagada, que continha roupas, livros e um notebook, e sandálias. O material será encaminhado para perícia. Em nota oficial, a PF ressaltou que mantém a esperança de encontrá-los.
Também neste domingo, a União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Unijava), entidade da qual Bruno fazia parte e que ajuda nas buscas, já havia informado em nota que foi encontrada uma possível nova embarcação de Amarildo da Costa Oliveira, o ‘Pelado’, suspeito de envolvimento no desaparecimento da dupla e detido em prisão temporária. Um local por onde vestígios indicam que um barco pode ter sido arrastado também foi identificado e isolado para análise. A PF negou ter encontrado partes de corpos no sábado, 11, e a Unijava, neste domingo, 12. Possível material orgânico foram encontrados na sexta, 10, e vestígios de sangue foram localizados em um barco de Pelado na quinta, 9.
Segundo a Univaja, Pereira e Phillips teriam visitado uma base da Funai em Lago do Jaburu, onde o jornalista fez algumas entrevistas com alguns indígenas no sábado, 4, para um livro que estava escrevendo. Na manhã de domingo, os dois iniciaram o retorno para a cidade de Atalaia do Norte; eles teriam combinado com antecedência uma visita à comunidade São Rafael, onde Pereira se reuniria com um pescador apelidado de ‘Churrasco’, para consolidar trabalho conjunto entre indigenistas e a comunidade. Eles chegaram no local por volta das 6h da manhã, onde falaram com a esposa de ‘Churrasco’, já que o mesmo não estava lá, e, logo em seguida, continuaram o caminho rumo a Atalaia do Norte, onde deveriam ter chegado por volta das oito ou nove horas. Não houve mais contato com o brasileiro e o britânico desde então. Pereira havia recebido ameaças de morte por seu trabalho em defesa dos indígenas e contra os crimes cometidos na área, que tem atividades de traficantes, garimpeiros, caçadores e pescadores.
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