Policiais envolvidos na morte de João Pedro são afastados das ruas
Os três policiais civis da Coordenadoria de Recursos Especiais envolvidos na morte do adolescente João Pedro Mattos Pinto, de 14 anos, em São Gonçalo, região metropolitana do Rio de Janeiro, foram afastados das ruas.
Uma reconstituição será marcada para tentar esclarecer como o jovem foi baleado dentro de casa, no último dia 18, durante operação conjunta das polícias Civil e Federal. A informação foi divulgada em nota, pela Polícia Civil, nesta segunda-feira (25).
“A Corregedoria Geral de Polícia Civil (CGPOL) informa que três policiais civis da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) que participaram da operação no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, foram afastados do serviço operacional provisoriamente. Os agentes continuarão na Core, exercendo atividades administrativas. A CGPOL instaurou sindicância administrativa disciplinar para apurar a conduta dos policiais civis que participaram da ação”, diz a nota.
As investigações estão a cargo da Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí. Já foram ouvidos seis policiais civis que participaram da ação e os pilotos da aeronave que levou o jovem, além de duas testemunhas. Foi enviado ofício à Polícia Federal solicitando informações sobre o planejamento operacional e os objetivos da operação.
Para esta semana, estão previstos os depoimentos do bombeiro socorrista, de outros policiais que participaram da operação e de parentes da vítima, além de outras testemunhas.
Os agentes analisam os laudos de perícia do local e de necropsia e aguardam o de confronto balístico.
Uma reprodução simulada está prevista para depois da conclusão dos depoimentos e laudos periciais. A delegacia convidou o Núcleo de Direitos Humanos da Defensoria Pública, que está assistindo a família, e o Ministério Público para acompanharem a reprodução simulada.
Operação
O objetivo da ação era cumprir dois mandados de busca e apreensão numa investigação contra o suposto líder do tráfico na região. Os alvos não foram localizados e ninguém foi preso.
Segundo a família e testemunhas, no momento da operação, estavam reunidas seis crianças e adolescentes, que jogavam sinuca no quintal quando ouviram a aproximação de um helicóptero e disparos de armas de fogo, indo se refugiar dentro de casa.
Quando os policiais entraram disparando, os jovens começaram a pedir ajuda pelo WhatsApp. João foi atingido na barriga e levado para um helicóptero da polícia, de onde partiu inicialmente para o heliponto da Lagoa, na zona sul do Rio.
Ao chegar, os policiais constataram que o adolescente estava morto, e levaram o corpo para o Instituto Médico-Legal (IML) de São Gonçalo. Parentes passaram a noite procurando o adolescente em hospitais e só acharam o corpo 17 horas depois, no IML.
* Com informações da Agência Brasil
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