Política foi jogada em um liquidificador e mercado aguarda respostas, diz professor
Nesta terça (6)
Céu nublado sobre o Congresso Nacional“Você jogou toda a composição política em um liquidificador”. Esse é o resumo da situação político-partidária do Brasil no momento, na avaliação de Leonardo Barreto, cientista político da Universidade de Brasília (UnB).
Os dois maiores partidos da base aliada, PMDB e PSDB, sofreram muitos danos com a delação de donos da JBS e outras siglas da sustentação de Temer “se encontram à deriva”, avalia.
“Se gravação for confirmada, quem vai ficar do lado do presidente?”, questiona Barreto. Se Dilma Rousseff ainda tinha certa militância a favor quando deixou, Temer, com popularidade abaixo dos 10% e base de apoio no Congresso em ameaça de debandada, pode ficar desguarnecido.
Mas há uma diferença. “Diferente da Dilma ele (Temer) é um político muito experiente a ponto de saber que está inviabilizado ou não”.
Mercado
Barreto avalia também que “a primeira sinalização do Congresso tem que ser para o mercado”.
“Acho que o mercado está em sintonia com uma boa parte da base do governo no Congresso”, analisa o especialista. “Essa sinalização vai envolver velocidade, provavelmente a manutenção da equipe econômica e compromisso com as reformas”, projeta.
Para Barreto, o Brasil está com um “vácuo” de poder e em uma “encruzilhada”: as duas opções seriam adotar o discurso de que as reformas não serão feitas ou de assumir as mudanças econômicas apesar da crise política.
“No meio desse processo de escolha, você estará assistindo à reação do mercado”, diz Barreto. “Quanto tempo você aguenta o mercado derretendo?”, questiona.
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