“A política precisa ser regenerada”, diz Haddad
O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), disse nesta segunda-feira, 14, durante palestra para analistas e auditores fiscais em formação no Expo Center Norte, que a política precisa passar por um processo de regeneração e pediu que o debate seja feito com “responsabilidade”. Haddad defendeu que as divergências são positivas para a democracia e afirmou que é “preocupante” a falta de confiança no regime democrático.
“A política precisa ser regenerada. Não há solução que não seja política para a crise que nós estamos enfrentando. Esse esgarçamento do tecido social não vai produzir os melhores resultados se a gente não repactuar o jogo democrático. Nós temos que ter responsabilidade neste momento de buscar soluções, inclusive conjuntas, para a crise que o País está vivendo”, disse o prefeito.
Haddad afirmou que a “ameaça passa a existir” quando a sociedade coloca divergências políticas como obstáculos.
“Muitas vezes as pessoas pensam que divergências são coisas que jogam contra a democracia. Eu acho exatamente o contrário. Quando há pontos de vista divergentes, é a forma de você construir sínteses mais elaboradas. Não podemos fazer da diferença, da divergência, um motivo para não buscarmos essa síntese”.
O petista defendeu a democracia, afirmando que o regime funciona e que é “preocupante” quando há falta de confiança da população no processo. “Às vezes a gente usa mal. Sabendo usar, você constrói”, destacou. “Quando você começa a ver a divergência como um obstáculo, você não procura o entendimento. Democracia é entendimento das forças políticas”, disse Haddad.
Na palestra, o prefeito destacou que, embora seja de esquerda, “adora” dar aulas com autores “de direita”. Ele não citou, porém, o nome dos autores. Haddad é professor de Teoria Política do curso de Filosofia da Universidade de São Paulo (USP). Segundo ele, muitos alunos “saem frustrados” e “indignados” por esperar das aulas uma “apoteose socialista”.
Segundo o prefeito, ensinar teorias de autores “de direita” submete os alunos ao “crivo da crítica”, tornando-os “cidadãos mais plenos, mais conscientes e mais fortes das suas convicções” Haddad concluiu a palestra afirmando que a diferença constrói e que “não pode ter medo, não”.
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