Políticos praticam tráfico de influência para desviar foco da Lava Jato, diz ADPF
A Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF) divulgou uma nota nesta sexta-feira (03) em apoio a todos os policiais federais que atuam no âmbito da Operação Lava Jato. A nota, cita “em especial”, o superintendente da Polícia Federal no Paraná, Rosalvo Ferreira Franco e os delegados Igor Romário de Paula e Márcio Anselmo.
Segundo a nota, os delegados federais “perceberam a ação de representantes dos poderes econômico e político, agindo para desqualificar os investigadores, com objetivo claro de desviar o foco das investigações da operação Lava Jato. São grupos que praticam tráfico de influência e agem nas sombras para tentar gerar nulidades na operação, em benefício de pessoas investigadas”.
A medida ocorre um dia após o agente da Polícia Federal, Dalmey Fernando Werlang afirmar em depoimento à CPI da Petrobras ter implantado escutas na cela do doleiro Alberto Youssef, que ficou preso na carceragem da PF em Curitiba a mando dos delegados.
Em seu depoimento, Werlang afirmou que a escuta teria sido implantada a mando do superintendente da PF no Paraná, Rosalvo Franco, e dos delegados Igor Romário de Paulae Márcio Anselmo.
Em resposta à declaração, a ADPF afirmou que não irá admitir ataques de qualquer tipo, “principalmente declarações genéricas que possam colocar em dúvida a lisura e independência dos dedicados e sérios profissionais que apuram os desvios de recursos públicos e lutam pelo fim da impunidade de corruptos e corruptores”.
Confira abaixo a nota divulgada nesta sexta-feira (03):
A Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal – ADPF vem a público manifestar apoio a todos os Policiais Federais que atuam na “Operação Lava Jato”, citados ontem durante sessão da CPI que investiga a Petrobras, na Câmara dos Deputados. Em especial, o Superintende da Polícia Federal no Paraná, Rosalvo Ferreira Franco e os Delegados Igor Romário de Paula e Márcio Anselmo.
A ADPF confia na qualidade e eficiência dos trabalhos desenvolvidos, bem como na atuação ética e isenta dos policiais citados que exercem suas funções constitucionais com estrito respeito à Legislação Penal Brasileira e ao Estado de Direito. A operação Lava Jato vem sendo conduzida pela Polícia Federal com rigor na apuração dos fatos, mas sempre de forma equilibrada e justa.
Infelizmente, diante dos fatos recentes, os Delegados Federais, perceberam a ação de representantes dos poderes econômico e político, agindo para desqualificar os investigadores, com objetivo claro de desviar o foco das investigações da operação Lava Jato. São grupos que praticam tráfico de influência e agem nas sombras para tentar gerar nulidades na operação, em benefício de pessoas investigadas.
A ADPF não vai admitir ataques de qualquer tipo, principalmente declarações genéricas que possam colocar em dúvida a lisura e independência dos dedicados e sérios profissionais que apuram os desvios de recursos públicos e lutam pelo fim da impunidade de corruptos e corruptores.
Vale destacar que no exercício de suas atribuições constitucionais a Polícia Federal, enquanto órgão de Estado, não persegue, não intimida, mas também não se deixa intimidar, principalmente por pessoas que se imaginam intocáveis e inatingíveis.
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