Prefeito, secretários e vereadores de Paulínia são levados em condução coercitiva
O Ministério Público e a Polícia Militar de São Paulo fazem operação na Prefeitura de Paulínia, no interior do Estado, nesta quinta-feira. O prefeito da cidade, Dixon Carvalho (PP), secretários, vereadores, assessores e a primeira-dama do município, Tatiana de Castro, foram conduzidos coercitivamente. Ou seja, eles foram levados à força para depor à polícia.
Dois empresários de Paulínia são alvos de mandados de prisão na mesma operação. Contratos irregulares de coleta de lixo na cidade são investigados. Suas licitações teriam sido fraudadas. Apenas em Paulínia, são menos 11 mandados expedidos de busca, prisão e condução coercitiva.
A ação na cidade paulista faz parte de operação maior do Ministério Público e do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) contra “irregularidades em serviços de coleta urbana”. A Oeração Purgamentum (lixo, ou imundície em latim) teve início na Promotoria de Passos, em Minas Gerais, e Ribeirão Petro, em SP. As procuradorias-gerais paulista e mineira participam das investigações.
Além da Prefeitura e Câmara de Paulínia, são alvos de busca a Prefeitura da cidade vizinha de Sumaré, além das residências dos investigados. O material apreendido é levado para a sede do Ministério Público em Campinas. Foram mobilizados 106 policiais para a operação.
Paulínia é uma cidade de 100 mil habitantes, mesma população de Sumaré, e está nos arredores de Campinas, a 120 km da capital paulista.
A Purgamentum
O Ministério Público Estadual emitiu nota com dados sobre a Operação Purgamentum. Confira:
“Estão sendo cumpridos 15 mandados de prisão, 44 mandados de busca e apreensão e 11 conduções coercitivas, em cidades de Minas Gerais e São Paulo tendo como alvo pessoas, empresas e prefeituras onde foram detectadas suspeitas de irregularidades em serviços de coleta urbana. A operação resulta da evolução da investigação iniciada pela promotoria de Justiça de Passos em Minas Gerais, voltada à apuração de ilícitos de fraudes em licitação, peculato, entre outros.”
A Polícia Civil mineira também participa da ação.
Suspeita na campanha
A Justiça Eleitoral havia rejeitado as contas de campanha declaradas por Dixon Carvalho durante as eleições de 2016 para Paulínia.
Parte do recurso declarado como de origem própria por Dixon, da ordem de R$ 681 mil, não teve origem comprovada, uma vez que ultrapassou o patrimônio total declarado pelo atual prefeito, de R$ 592 mil.
Na época, Dixon alegou que vendeu um imóvel de R$ 1 milhão para o pai, o que possibilitou a doação.
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.