Prefeitura de SP quer internar pessoas com sintomas leves de coronavírus

A intenção é evitar que os pacientes evoluam a ponto de precisar de UTI

  • Por Jovem Pan
  • 17/04/2020 20h55
Sandro Pereira/Estadão Conteúdo O governo de São Paulo ingressou com ação no STF no dia 10 de fevereiro, após uma semana de ameaças; dois dias antes, governador do Maranhão já havia feito solicitação com o mesmo teor à Corte Indicação é que esses pacientes sejam levados para o Complexo do Anhembi, que tem 1.800 leitos 

A Prefeitura de São Paulo deve mudar seu protocolo de atendimento na próxima semana e internar pacientes com sintomas leves de Covid-19. Até hoje, quem apresentava esse tipo de quadro era mandado para casa com orientação para ficar isolado de seus familiares. Agora, pode ser encaminhado ao hospital de campanha do Complexo do Anhembi, na zona norte.

A mudança se mostra necessária, segundo o secretário da Saúde, Edison Aparecido, porque a Prefeitura constatou que há grande volume desses pacientes que voltam a procurar a Saúde. No segundo atendimento, o quadro de dificuldade respiratória normalmente está agravado, e os pacientes precisam de auxílio mecânico e de vagas em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), que estão próximas da lotação.

“O que estamos pensando é que a atenção básica (os postos de saúde dos bairros) vai receber esses pacientes e já transferir para o Anhembi. Lá, eles vão ser testados e vão ficar em observação”, afirmou o secretário. Com a mudança, a Prefeitura tenta evitar que os pacientes evoluam a ponto de precisar de UTI. Até a quinta-feira (16), a cidade contava com 161 leitos vagos de UTI e 230 ocupados. Na rede estadual, que dá apoio à rede da capital e das demais cidades da região metropolitana, há índice de ocupação de 70% dos leitos de UTI com pacientes da Covid-19.

Além disso, no hospital, os pacientes ficam afastados do contato direto com familiares que também poderiam ser infectados pelo coronavírus, o que também reduziria a velocidade de propagação da doença.

O Complexo do Anhembi está sendo indicado porque é maior (tem 1.800 leitos) do que o outro hospital de campanha já em operação, no Estádio do Pacaembu, que tem 200 vagas. Neste local, a ideia é manter pacientes que têm um quadro mais grave, e que possivelmente terão de ser transferidas para UTIs, ou receber quem já teve melhora e saiu da UTI, mas ainda não têm condições de receber alta médica.

A mudança exige a publicação de normas para as equipe de saúde e o tema ainda terá uma discussão no comitê da Secretaria Municipal da Saúde que acompanha o coronavírus.

* Com informações

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