Prefeitura do Rio derruba 52 barracas e revolta ambulantes
Uma operação da prefeitura do Rio, com apoio de militares, derrubou na última sexta-feira (9) 52 barracas e quiosques que ambulantes mantinham na principal praça da Vila Kennedy. Os comerciantes ficaram desesperados. Alguns, chorando, chegaram a se colocar na frente das máquinas. À noite, o prefeito Marcelo Crivella (PRB) condenou, por nota, o procedimento dos funcionários. Também ordenou o seu afastamento das funções.
Os agentes municipais chegaram de manhã à Praça Miami, com retroescavadeiras. Militares, policiais e guardas municipais lhes deram cobertura. Segundo a Coordenadoria de Licenciamento e Fiscalização da prefeitura, foram achadas construções irregulares, de alvenaria e metal. Elas ocupavam “quase todo o espaço livre da praça, um flagrante desrespeito à Lei Orgânica do Município”. Comerciantes foram cadastrados para serem realocados “de forma legal e ordenada”. Licenças serão sorteadas e as barracas seguirão módulo padronizado.
A explicação não agradou aos ambulantes – que, em sua maioria, vendem alimentos, como sanduíches e açaí, ou acessórios de celular. Alguns se ajoelharam, choraram e discutiram com agentes para evitar a demolição. Parte deles conta já ter tentado licenças na subprefeitura de Bangu, sem sucesso.
“Destruíram a vida de um monte de trabalhador. A única oportunidade que nos deram foi a de retirar os produtos. Trabalho há 15 anos ali, vendendo sanduíche, café, salgados. Estamos tentando ganhar a vida dignamente”, lamentou Luciana Damasceno, de 34 anos. Ela dividia um quiosque com o marido. O casal tem um filho, de 4 anos, e Luciana está grávida.
Roubo. Na quinta-feira (8) à noite, após a saída das tropas da favela, três encapuzados fizeram um arrastão em uma igreja. Eles roubaram celulares, carteiras e alianças de cerca de 20 fiéis e do padre, e ameaçaram atirar.
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