Preparado para a Fuvest? Confira alertas de professores sobre a prova
A primeira fase prova que dá acesso aos 183 cursos da Universidade de São Paulo (USP) será realizada neste domingo (25) e terá 90 testes de conhecimentos gerais. A etapa não tem redação, mas professores alertam: temas interdisciplinares já são tradicionais na Fuvest.
Cerca de 128 mil estudantes estarão espalhados em 83 locais de prova, que fecham seus portões às 13 horas, e concorrerão a 8,3 mil vagas. Os classificados prestarão novas provas em 6 e 7 de janeiro, com dissertação e disciplinas específicas de cada graduação.
A Jovem Pan selecionou “alertas de última hora” feitos professores do Etapa que coordenam as áreas de biologia, física, geografia, história, inglês, matemática, química e português – que inclui literatura. Eles são responsáveis por cursos pré-vestibulares. Confira a seguir.
Língua portuguesa e literatura
Tradicionalmente, a Fuvest cobra a capacidade de ler, compreender e interpretar criticamente textos de toda natureza (literários e não literários) e que fazem parte da vivência diária, como de jornais, revistas, internet e propagandas, explica Heric José Palos, do Etapa.
Coordenador de Português, ele aponta que o estudante deve dominar a norma culta da língua escrita, o reconhecimento de outras variedades linguísticas e a vivência de leituras. Mas não é só de gramática que a avaliação é feita: nove obras devem ser observadas.
“Em literatura, há expectativa de conhecimento das leituras obrigatórias e capacidade de interpretar e analisar textos e compará-los com outros de diferentes épocas e autores. Os examinadores pressupõem a leitura integral das obras e, por essa razão, não são raras questões que envolvem não apenas um fragmento de texto, mas o conjunto do livro”, alerta.
Saiba quais são as leituras obrigatórias deste ano:
- Claro enigma (Carlos Drummond de Andrade);
- O cortiço (Aluísio Azevedo);
- Iracema (José de Alencar);
- Mayombe (Pepetela);
- Memórias póstumas de Brás Cubas (Machado de Assis);
- Minha vida de menina (Helena Morley);
- A relíquia (Eça de Queirós);
- Sagarana (João Guimarães Rosa);
- Vidas secas (Graciliano Ramos).
Matemática
O professor Alexandre Borges explica que a Fuvest “tem se caracterizado nas últimas edições pelo aumento significativo da complexidade das questões”. Tópicos técnicos como geometria, equações exponenciais, logaritmos, funções, análises combinatórias e trigonometria são sempre esperados.
“Os enunciados das questões de matemática da primeira fase costumam ser curtos e diretos, com bastante precisão e pouca contextualização, bem típicos de uma prova que quer medir o conteúdo e a capacidade de resolução de questões pouco triviais”, afirma.
História
A primeira porta de ingresso para a USP costuma exigir a análise de imagens, a interpretação de textos e a observação de tabelas e gráficos nos conteúdos referentes à disciplina de história. No ano passado, a prova deu ênfase ao período contemporâneo, que pode ser cobrado novamente na edição deste domingo.
“É fundamental ter bastante familiaridade com a linha do tempo em história geral, da América e do Brasil e saber relacionar as principais características de cada contexto, nos seus aspectos políticos, econômicos, sociais e culturais”, explica o professor Thomas Wisiak.
Segundo ele, a prova também pode exigir a habilidade de comparar uma situação igual em épocas diferentes ou, ainda, interpretações diferentes acerca de um mesmo evento. “Existem temas importantes da atualidade que podem influenciar a elaboração de questões, como democracia, direitos humanos e condição feminina, sem falar nas obras de leitura obrigatória, remetendo por exemplo ao país de origem de algum autor ou a uma passagem importante.”
Geografia
Omar Fadil Bumirgh, coordenador de geografia no Etapa, alerta que questões gerais costumam predominar na prova, tratando “de aspectos naturais, humanos, econômicos, socioculturais, geopolíticos e ambientais”.
Em menor escala, a matéria é aplicada ao Brasil. “Questões privilegiam a interdisciplinaridade e temas que possam ser contextualizados. Dessa forma, mesmo temas tradicionais acabam tendo uma abordagem atual.”
Biologia
Nas duas últimas edições da Fuvest, predominaram assuntos de zoologia geral e fisiologia humana, além de botânica e ecologia. Nessa área, os enunciados costumam também ser curtos, com alternativas objetivas, o que permite uma resolução rápida das questões pelos estudantes. A leitura atenta do material apresentado costuma fazer a diferença.
“Quanto à dificuldade técnica, a última prova foi mais acessível que a anterior, embora não seja possível identificar se é, de fato, uma tendência que será mantida para os próximos exames. Assuntos clássicos, bastante debatidos, têm sido abordados de maneira tradicional, sem grandes surpresas”, explica o professor de biologia Caio Gadel.
Física
Alexandre Lopes Moreno, que é professor de física, aponta que esta disciplina costuma ser abordada com questões de cálculos aritméticos e outras puramente conceituais, o que aproxima a Fuvest do modelo aplicado pelo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). A dica dele é deixar as contas mais para o final, porque elas podem demandar mais tempo.
“Assuntos como cinemática, energia, potência, calorimetria, circuitos elétricos, refração da luz e ondulatória tem forte presença. Geralmente, as questões são contextualizadas, mas sem enunciados enormes”, ressalta. “Importante mencionar que a interpretação de textos e a linguagem gráfica estão sempre presentes no exame.”
Química
“Já faz alguns anos que mais da metade das questões de química da primeira fase da Fuvest cobram principalmente dois assuntos: físico-química e química geral. As questões exigem uma boa interpretação dos enunciados, de tabelas e de gráficos e, muitas vezes, envolvem cálculos matemáticos”, explica o professor João Pitoscio Filho.
Isso significa que, além de saber a disciplina, é preciso demonstrar conhecimento em matemática. Uma boa estratégia apontada por ele é não deixar passar detalhes importantes das questões. “É comum bons candidatos errarem questões fáceis por estarem desatentos.”
Inglês
Com cinco exercícios de interpretação, geralmente de reportagens, a parte de inglês do vestibular da USP busca verificar se o estudante é capaz de entender os principais elementos argumentativos do texto. “Para isso, ter um vocabulário amplo é decisivo”, explica o coordenador do Etapa Breno Morita. Atenção a pronomes e conjunções pode ajudar quem tem dificuldades com o idioma.
“Conjunções são fundamentais na organização das ideias no texto. Algumas, como ‘but’, enfatizam a informação seguinte”, explica. Ele pede foco ainda às orações subordinadas adjetivas restritivas. “Quando aparecem, elas trazem informações essenciais ao texto. O domínio destes tópicos gramaticais facilita a identificação das informações mais importantes.”
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