Presidente da Apex ignora demissão e vai trabalhar normalmente

  • Por Jovem Pan
  • 10/01/2019 19h45
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Divulgação/Apex Apex Brasil Carreiro disse que só aceita ser exonerado por Bolsonaro

O presidente da Agência de Promoção de Exportações e Atrações de Investimentos (Apex), Alex Carreiro, foi demitido pelo ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo. Mas ele resolveu ignorar a decisão. Nesta quinta-feira (10), Carreiro foi trabalhar normalmente e realizou despachos na sede do órgão.

O anúncio da demissão havia sido feito pelo chanceler no Twitter. Entretanto, o presidente da Apex não ficou feliz e tem dito que vai continuar trabalhando na agência até que seja exonerado diretamente pelo presidente da República, Jair Bolsonaro – que seria o responsável pelas nomeações referentes a esse cargo.

Em nota, a Apex confirmou que Alex Carreiro, “nomeado para o cargo pelo presidente”, cumpriu expediente normal na agência nesta quinta, “tendo efetuado despachos internos e recebido para audiências autoridades de Estado”. O órgão, no entanto, não informou quais foram essas autoridades recebidas.

Crise

Essa situação iniciou mais uma crise na gestão de Bolsonaro. Isso porque o Carreiro foi indicado pela bancada do PSL e é próximo do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidente, e do próprio chefe do Poder Executivo. Na quarta (10), Ernesto Araújo havia dito que Carreiro pediu “o encerramento de suas funções”.

Segundo interlocutores de Alex Carreiro, contudo, não foi isso que ocorreu. O presidente da Apex teria se reunido com o chanceler para reclamar de outra indicação de Bolsonaro para a agência, a diretora de Negócios Letícia Catel, que atuou como assessora de imprensa durante a transição. Aí começou o problema

Letícia, próxima de Araújo, não gostou da exoneração de 18 pessoas – feita por Carreiro em menos de uma semana – e queria reverter as demissões. Na reunião, o ministro do Itamaraty sugeriu que Carreiro pedisse demissão, mas ele se negou. Com isso, terminada o encontro, o chanceler fez a publicação na rede social.

Carrerro teria visto nessa ação uma tentativa de criar um “fato consumado” para forçá-lo a sair do cargo. Ele inclusive já teria procurado Bolsonaro pessoalmente, mas ainda não conseguiu falar com o presidente. A deputados do PSL, Carreiro estaria mostrando mensagens enviada pelo WhatsApp que comprovariam que ele não pediu exoneração.

*Com informações do Estadão Conteúdo

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