Presidente da comissão no Senado votará a favor do impeachment

  • Por Jovem Pan com AE
  • 11/05/2016 16h54
Plenário do Senado Federal durante sessão deliberativa extraordinária. Em discurso, senador Raimundo Lira (PMDB-PB). Foto: Moreira Mariz/Agência Senado Moreira Mariz / Agência Senado Raimundo Lira

O presidente da comissão do impeachment no Senado Raimundo Lira (PMDB-PB) anunciou em entrevista à Jovem Pan que votará a favor do impedimento da presidente Dilma Rousseff.

“Eu não votei na comissão especial como presidente porque o artigo 51 me impede”, explica Lira. “Hoje como senador eu vou dar o meu voto para a admissibilidade e vou votar sim”, anunciou, lembrando que essa era sua posição antes de adotar a imparcialidade na liderança da comissão especial.

O peemedebista acredita que a votação seja concluída das 22h desta quarta (11) a 0h e informa que não existe acordo formal para que os parlamentares falem menos que os 15 minutos possíveis. “Existe uma discussão de cada senador, um de falar menos, um de falar mais”, disse. “Eu pelo menos vou falar menos de 10 minutos”.

Já no Congresso em 1992, quando Fernando Collor de Mello foi impichado, Lira compara os dois momentos. “Em 1992 estava o Brasil contra o presidente. Agora há uma reação, nós temos dois lados. Há um lado minoritário, mas há um lado”, disse. O peemedebista também citou a crise econômica como um diferencial do momento atual.

Menos de 180 dias

O senador avalia também que a Comissão Especial de Impeachment, presidida por ele, deverá levar à votação um eventual pedido de cassação da presidente Dilma Rousseff (PT), caso ela seja afastada hoje, antes dos 180 dias previstos em lei. “Tomaremos os cuidados para não alongarmos e não encurtamos o processo e nem permitir que a maioria esmague a minoria. Mas não vamos utilizar o prazo de 180 dias”, afirmou o senador, lembrando que o processo até a cassação do ex-presidente e agora senador Fernando Collor (PTC-AL) demorou 90 dias.

Lira avaliou também que o processo de investigação da presidente, se o afastamento for definido hoje, deve ser feito com cuidado para evitar qualquer tipo judicialização do processo “Não queremos oferecer nenhuma chance de judicialização. Queremos manter a postura de imparcialidade”, disse.

Ainda de acordo com o presidente da Comissão Especial do Impeachment, o vice-presidente Michel Temer (PMDB), se vier a assumir a Presidência, terá “crédito” da população e da opinião pública para iniciar o governo. “Como aconteceu com o presidente Itamar Franco (sucessor de Collor), o clima seguirá de paz e tranquilidade. Normalmente a população e a opinião pública dão crédito de 100 dias aos novos governantes e Temer terá esse crédito”, concluiu.

Com Estadão Conteúdo

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.