Presidente da CPI da Petrobras desiste de pedir exumação do corpo de José Janene
O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, deputado Hugo Motta (PMDB-PB), desistiu de apresentar requerimento para exumação do corpo do ex-deputado José Janene, morto em 2010. Ele disse que não vai apresentar o requerimento a pedido da família de Janene, que se comprometeu a enviar à CPI documentos comprobatórios de que o ex-deputado realmente morreu.
Ele disse, porém, que poderia vir a apresentar o requerimento, o que vai depender da análise da documentação que a família de Janene se comprometeu a apresentar. “Ontem à noite retornei ligação da filha de Janene, Daniele, e algumas informações desencontradas chegaram à CPI. Ela se comprometeu a mandar documentos comprobatórios de que Janene realmente faleceu e me pediu para aguardar antes de fazer o pedido de exumação”, disse Motta.
Na sessão de ontem da CPI, Motta informou ter recebido informações, atribuídas à viúva de Janene, Stael Janene, de que o ex-deputado não tinha morrido e disse que iria pedir à Justiça autorização para exumação do corpo. Deputados da CPI estranharam o pedido. “Isso vai tirar o foco da CPI”, reclamou o deputado Júlio Delgado (PSDB-MG).
Hoje, ao anunciar que vai suspender a iniciativa até que os documentos sejam analisados, Motta justificou sua iniciativa. “Todas as informações que chegarem terão o mesmo tratamento. Não podemos desprezar informações. O que cabia a este presidente era agir da forma que agimos”, disse.
Ele teve a solidariedade do deputado Delegado Waldir (PSDB-GO), que ontem havia se oferecido para acompanhar a exumação. “Parabéns pela sua conduta transparente e legalista”, disse Waldir.
Janene morreu em 2010 em consequência de doença cardíaca grave, constatada por junta médica da Câmara em 2006, quando ele respondia a acusação de envolvimento no Mensalão. Ele morreu no Instituto do Coração, em São Paulo.
Segundo o doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, Janene era o centro do esquema de desvio de dinheiro da Petrobras e atuava em nome do PP, partido que liderava na Câmara.
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