Presidente da OAB rebate fala de Bolsonaro sobre pai, morto na Ditadura: ‘crueldade’
“Minha avó acaba de falecer, aos 105 anos, sem saber como o filho foi assassinado”, escreveu Felipe Santa Cruz
O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, rebateu a fala de Jair Bolsonaro de que seu pai, Fernando Augusto de Santa Cruz Oliveira, não teria sido morto pelos militares na Ditadura. “Crueldade e falta de empatia”, escreveu no Twitter.
“O mandatário da República deixa patente seu desconhecimento sobre a diferença entre público e privado, demostrando mais uma vez traços de caráter graves em um governante: a crueldade e a falta de empatia” declarou Felipe. “É de se estranhar tal comportamento em um homem que se diz cristão.”
O mandatário da República deixa patente seu desconhecimento sobre a diferença entre público e privado, demostrando mais uma vez traços de caráter graves em um governante: a crueldade e a falta de empatia. É de se estranhar tal comportamento em um homem que se diz cristão.
— Felipe Santa Cruz (@felipeoabrj) July 29, 2019
Mais cedo, Bolsonaro havia dito que sabia da história de Oliveira e que a contaria ao atual presidente da OAB “um dia, se ele quiser saber”. Mas se antecipou e disse que “ele não vai querer ouvir a verdade”. Logo em seguida, ele voltou a tratar do assunto em uma transmissão de vídeo e disse que o pai de Felipe teria sido morto “pela própria esquerda”.
“Minha avó acaba de falecer, aos 105 anos, sem saber como o filho foi assassinado”, continuou Santa Cruz. “Se o presidente sabe, por “vivência”, tanto sobre o presente caso quanto com relação aos de todos os demais “desaparecidos”, nossas famílias querem saber”.
De acordo com o site da Comissão da Verdade, Fernando Augusto de Santa Cruz Oliveira desapareceu em 23 de fevereiro de 1974. O filho, Felipe, tinha dois anos quando ele sumiu ao sair da casa de seu irmão, Marcelo de Santa Cruz de Oliveira, no Rio de Janeiro, para encontrar um companheiro, chamado Eduardo Collier, que morava em Copacabana.
Quando saiu, Fernando disse ao irmão que, caso não voltasse até as 18 horas, teria sido preso. Nesse mesmo dia, Fernando e Eduardo, que eram amigos de infância, foram detidos por agentes do DOI-CODI/RJ e desapareceram.
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