Presidente da ANPR diz que Lula ultrapassou o limite do razoável em discurso

  • Por Jovem Pan
  • 07/04/2018 18h58 - Atualizado em 07/04/2018 19h01
ANPR ANPR Robalinho disse que Lula tentou criar uma tese de perseguição da Justiça

José Robalinho Cavalcanti, presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), criticou o discurso que Lula fez em São Bernardo do Campo, neste sábado (7). Ele entende que o ex-presidente desafiou agentes do estado para reforçar a tese de que está sendo perseguido pela Justiça.

“Pela manhã, no discurso, o Lula ultrapassou o limite do razoável, do inconformismo, que é direito dele ter com essa situação. Ele partiu para atacar as instituições, partiu para o ataque pessoal à Justiça e aos procuradores, com a nítida intenção de inverter o momento. O momento é que Lula foi condenado e está sendo chamado a responder a uma pena privativa. Ele tem que responder, não os agentes do estado, que trabalharam legitimamente”, disse José em entrevista à Rádio Jovem Pan.

Lula disse literalmente que juízes e procuradores mentiram para prejudicá-lo. Robalinho acredita que o ex-presidente está jogando as pessoas contra a Justiça: “essa tese de que existe uma conspiração universal contra o Lula, composta por todos membros da Justiça e imprensa, isso não se sustenta. Compreendemos o inconformismo dele. Mas um líder político, como o Lula, jogar as pessoas que acreditam nele contra a Justiça não se justifica”.

Robalinho disse que é normal a Polícia Federal ter negociado com Lula antes dele se entregar. Mas até nisso o ex-presidente teria exagerado, segundo o presidente da ANPR: “não sei o que está sendo negociado com a PF. Mas é relativamente normal uma situação que a PF negocie com a defesa uma forma da pessoa se entregar, de forma que não seja exposta nem haja perigo. Seria normal, mas com o tumulto no sindicato essa hipótese já ultrapassou o limite. Em tese ele está descumprindo uma ordem judicial e isso pode se arrastar para uma prisão preventiva”.

Lula demorou mais de 24 horas para se entregar, desde que expirou o prazo dado no mandado de prisão. Mas ele saiu da sede do sindicato dos metalúrgicos do ABC na noite deste sábado, para evitar justamente essa prisão preventiva.

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