Preso na Papuda, Ricardo Saud deve depor terça na CPMI da JBS

  • Por Agência Senado
  • 27/10/2017 09h34 - Atualizado em 27/10/2017 09h48
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WAGNER PIRES/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO Saud afirmou ter ajudado a financiar mais de 1.820 candidatos a cargos políticos

O ex-diretor de Relações Institucionais da J&F Ricardo Saud deve prestar depoimento à CPI Mista da JBS na próxima terça-feira (31), a partir das 9h. A J&F é a holding que controla empresas como a JBS, Brasil Celulose e Banco Original, pertencentes à família Batista.

O executivo foi preso junto com o empresário Joesley Batista no começo de setembro após pedido, feito pelo então procurador-geral da República Rodrigo Janot, ser acatado pelo relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Edson Fachin. Saud está atualmente detido na Penitenciária da Papuda, no Distrito Federal.

O depoimento atende a requerimentos dos deputados Paulo Pimenta (PT-RS), João Rodrigues (PSD-SC) e Izalci Lucas (PSDB-DF) e do senador Ataídes de Oliveira (PSDB-TO), presidente da CPMI da JBS.

Conforme lembrou o deputado Paulo Pimenta no requerimento, Saud fez parte do grupo de executivos da empresa que fechou acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal. O deputado acrescentou que Saud ficou nacionalmente conhecido como o “homem da mala” por ter sido filmado pela Polícia Federal entregando uma mala com R$ 500 mil para o ex-deputado federal Rocha Loures.

Já o deputado João Rodrigues lembrou em seu requerimento que gravações de áudio posteriores de conversa entre Joesley e Saud mostraram que informações sobre irregularidades foram omitidas na delação premiada.

O deputado Izalci acrescentou que Saud, além de ser citado em escândalos junto com a família Batista, também aparece no caso chamado Malta Files, que mostrou vários brasileiros que têm empresas na Ilha de Malta, na Europa, supostamente usada para lavagem de dinheiro e evasão de impostos e divisas.

Já o presidente da CPMI, Ataídes de Oliveira, disse em seu requerimento que Saud afirmou ter ajudado a financiar mais de 1.820 candidatos a cargos políticos. Ataídes também afirmou que órgãos da imprensa divulgaram que Saud teria ajudado Edson Fachin a conseguir apoio de senadores para sua indicação ao STF.

Na semana passada, a pedido da CPMI da JBS, o próprio ministro Fachin autorizou o depoimento de Saud, que está preso preventivamente.

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