Pressão de juristas por renúncia de Dilma acirra clima de instabilidade

  • Por Jovem Pan
  • 12/08/2015 16h09
EFE Dilma Rousseff

A pressão de juristas em favor da renúncia da presidente Dilma Roussef acirra ainda mais o clima de instabilidade no país e divide a oposição. O grupo de advogados é composto, por exemplo, pelos ex-ministros Miguel Reale Júnior e José Gregori.

Eles têm uma tese diferente de parte do PSDB que sugere o impeachment da chapa PT-PMDB e novas eleições. O autor do manifesto, o jurista Flávio Bierrembach, acha que um pleito agora é desnecessário.

“Sou inteiramente a favor da observância do calendário eleitoral previsto na Constituição, com eleições a cada quatro anos. A presidente da República foi eleita a menos de oito meses. O País já vinha em crise. Acho que propor uma nova eleição nesta altura é oportunismo que a opinião pública não vai aceitar”, explica Bierrembach.

“O que nós acreditamos é que qualquer solução para a profunda crise institucional que o Brasil atravessa deva ser procurada dentro da lei e da Constituição. A renúncia é um ato unilateral, ninguém pode obrigá-la a isso”, completa.

Flávio Bierrembach acrescenta que, até agora, não existe nada comprovado ainda para o pedido de impeachment. O advogado, consultor na área de combate à corrupção, Marco Aurélio Martorelli, destaca que os juristas têm o dever de se posicionar.

“A certeza que nós temos é que a presidente não tem mais condições políticas de governar. A renúncia, que é a nossa defesa, ela é justamente uma forma que a presidente recentemente pediu que os políticos envolvidos esquecessem das questões pessoais, dos projetos pessoais e esquecessem das questões partidárias e tivessem a grandeza de olhar o Brasil. Essa é a grandeza que esperamos dela”, esclarece.

O advogado Marco Aurélio Martorelli foi presidente do Centro Acadêmico do Largo São Francisco em 1992, no impeachment de Fernando Collor. Na época ele ajudou a articular as manifestações de rua que redundaram no processo contra o presidente.

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