Previdência: Centrão apoia ‘reforma alternativa’ apresentada pelo PL

Com mudanças, economia de R$ 1,2 trilhão prevista pelo governo cairia para R$ 700 bilhões

  • Por Jovem Pan
  • 01/06/2019 11h10
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Hélvio Romero/Estadão Conteúdo Julgamento da chamada ‘revisão da vida toda’ pode mudar regra para cálculo do benefício Proposta mexe em pontos importantes do texto enviado pelo governo Jair Bolsonaro

Pelo menos 194 deputados deram apoio à emenda apresentada na última quinta-feira (30) pelo Partido Liberal (PL) que sugere alterar pontos da reforma da Previdência. A maioria dos parlamentares são do chamado Centrão (bloco formado pelo próprio PL, PP, DEM, PRB e Solidariedade) e da oposição.

A proposta do PL — legenda que abriga o presidente da comissão especial da reforma, deputado Marcelo Ramos (AM) — mexe em pontos importantes do texto enviado pelo governo Jair Bolsonaro. A emenda mantém inalteradas as regras para concessão de aposentadoria para trabalhadores rurais e professores e também não mexe nos benefícios assistenciais. Com essas mudanças, reduz a economia de R$ 1,2 trilhão, prevista na proposta da equipe econômica, para algo entre R$ 600 bilhões e R$ 700 bilhões.

Dos 49 titulares da comissão, colegiado que vai deliberar sobre o texto que será enviado ao plenário da Câmara, 13 assinaram a emenda do PL. Entre os suplentes, 20 dos 49 aderiram. Até o momento, no entanto, a emenda não conseguiu o apoio formal de nenhum partido.

Adesão de governistas

Os principais líderes do Centrão estão entre os nomes que assinaram a proposta: Aguinaldo Ribeiro (PP), Arthur Lira (PP), Paulinho da Força (Solidariedade) e Elmar Nascimento (DEM). O grupo é fundamental na definição da agenda de votação do plenário. A proposta também teve adesão de governistas, entre eles dois parlamentares do PSL, partido de Jair Bolsonaro: Carla Zambelli (SP) e Felipe Francischini (PR).

Zambelli, porém, disse que a proposta que assinou não é a mesma que foi divulgada nesta semana. “Eu li todinha e assinei. Agora, fui ler o texto e vi que o trocaram. Fizeram de sacanagem essa alteração. Essa coleta de assinatura foi fraudulenta. Perguntei ao advogado do PSL se poderia fazer algo, mas ele disse que era difícil de provar. Vou trabalhar para derrubar isso com todas as minhas forças”, criticou.

Presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Francischini confirmou ter assinado a emenda, apesar de não concordar com o teor da proposta. “É o posicionamento técnico que eu tenho em todos os pedidos de assinatura de emendas. Acredito que quanto mais discussão, melhor a proposta final, mesmo que eu não concorde com ela.”

*Com Estadão Conteúdo

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