Prisão de João Santana pega Dilma de surpresa e gera tensão no Planalto e no PT

  • Por Jovem Pan
  • 23/02/2016 13h56
  • BlueSky
EFE/Fernando Bizerra Jr Presidente Dilma Rousseff - EFE

Dilma sabia que o marqueteiro João Santana estava sendo investigado pela Polícia Federal, mas o mandado de prisão expedido nesta segunda (22) foi uma surpresa e deixou a presidente assustada.

Santana é considerado nos bastidores do governo como o “ministro sem pasta”. Ele participa de reuniões, decisões importantes do governo e também de discursos da presidente. Lançamentos de programas e falas de Dilma passam pelo crivo do baiano que fez as campanhas de Lula de 2006 e de eleição e reeleição de Dilma (2010 e 2014).

João Santana e sua mulher, Mônica Moura, também presa temporariamente, participam de decisões próximas da presidente Dilma, inclusive sobre o tipo de roupa e o corte de cabelo utilizados por ela.

A prisão de aliados carrega grande preocupação, uma vez que o momento é de incentivo total à delação premiada.

“Tranquila”

O discurso oficial no Planalto, no entanto, é de que Dilma está tranquila e não teme que a prisão do publicitário João Santana traga as investigações para dentro do governo.

O argumento é de que todos os pagamentos feitos ao marqueteiro foram legais e devidamente registrados no Tribunal Superior Eleitoral.

A presidente, porém, convocou bem cedo pela manhã de segunda assessores e o ministro da Justiça José Eduardo Cardozo para uma avaliação detalhada da possível repercussão da investigação em torno de Santana.

TSE

Apesar de o governo afirmar que a presidente está tranquila, o clima dentro do Palácio e do Partido dos Trabalhadores é de apreensão.

O Tribunal Superior Eleitoral vai analisar pelo menos quatro açõesda oposição que pedem a impugnação da chapa de Dilma e Temer. O temor é de que as novas denúncias contaminem a análise das prestações de conta.

Além da detenção de Santana, a prisão do operador Zwi Skornicki levantou dúvidas também sobre a abertura de transferência de dinheiro de irregularidades da Petrobras para campanhas políticas.

O PSDB pede na tarde desta terça (23) a transferência dos dados dessa nova etapa investigativa para o processo no TSE que julga as contas de campanha de Dilma.

Ossos do ofício?

Essa não é a primeira vez em que um marqueteiro petista se vê às voltas com denúncias de recebimento de dinheiro no exterior. Na época do mensalão, o publicitário Duda Mendonça admitiu que recebeu recursos não contabilizados na campanha do ex-presidente Lula em 2002.

Com informações de Brasília de José Maria Trindade e Luciana Verdolin

  • BlueSky

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.