Prisão de Temer mostra que leis atuais já são suficientes contra corrupção, diz Reale Júnior

  • Por Jovem Pan
  • 21/03/2019 13h35 - Atualizado em 21/03/2019 13h47
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Fernando Bizerra/Agência Senado O ex-ministro da Justiça Miguel Reale Júnior Instituição da delação premiada para obtenção de provas foi uma grande revolução, defendeu jurista

Em entrevista à Jovem Pan na tarde desta quinta (21), o jurista Miguel Reale Júnior afirmou que a prisão do ex-presidente Michel Temer demonstra que a legislação atual já seria suficiente para combater casos de corrupção. O advogado ainda destacou o papel da delação premiada para o sucesso da Operação Lava Jato.

“Os instrumentos legais estão aí para combater a corrupção”, afirmou Reale Júnior. “Nesse sentido, a instituição da delação premiada para obtenção de provas foi uma grande revolução. Há cinco anos não havia isso, o que dificultava a obtenção de provas nas investigações. Elas não são meras descrições, vêm sempre acompanhadas de documentos e e-mails que ajudam a formar conjuntos de provas”.

Um dos autores do pedido de impeachment da também ex-presidente Dilma Rousseff, Reale aproveitou para criticar o pacote anticrime proposto pelo ministro  Sérgio Moro. O projeto de lei encaminhado pelo titular da pasta da Justiça propõe endurecer vários pontos do Código Penal relacionados à corrupção.

“Todas essas prisões mostram que nenhuma legislação nova não é necessária, como propõe o ministro Moro”, disse Reale.

A investigação que resultou na prisão de Temer decorre de elementos colhidos nas Operações Radioatividade, Pripyat e Irmandade, deflagradas pela Polícia Federal anteriormente em razão de colaboração premiada por um empresário da construtora Engevix.

Michel Temer é o segundo ex-presidente da República preso na esfera penal — o primeiro foi Luiz Inácio Lula da Silva no dia 7 de abril do ano passado.

O emedebista foi conduzido por um comboio da Polícia Federal até o Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo e submetido a um exame de corpo de delito. De lá, seguirá para o Rio de Janeiro.

O ex-ministro Moreira Franco também foi preso pelos agentes da PF na capital fluminense.

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