Procon diz que Uber e Rappi são responsáveis por morte de entregador
Thiago de Jesus fazia entrega quando passou mal; motorista se recusou a socorrer trabalhador
O Procon de São Paulo responsabilizou nesta sexta (26) os aplicativos Uber e Rappi pela morte do entregador Thiago de Jesus Dias, de 33 anos. No último dia 6, o trabalhador passou mal quando entregava uma garrafa de vinho em Perdizes, na zona Oeste da capital paulista.
Os primeiros socorros foram prestados pelos clientes, que acionaram o resgate. Com a demora, um motorista da Uber foi chamado, mas se recusou a levar o entregador para atendimento e cancelou a corrida. Thiago acabou falecendo no local.
O Procon alega que “é responsabilidade das empresas prepararem seus parceiros para que atuem em todas as situações, inclusive, em casos de risco ou iminente perigo” e que, por isso, “a responsabilidade de todos os fornecedores de produtos ou serviços e todos os que integram a sequência dos atos de fornecimento é solidária”.
O órgão já havia notificado as empresas na semana passada. Com a responsabilização das empresas, a fundação afirma que, agora, conduzirá uma apuração “mais aprofundada” e adotará sanções baseadas no Código de Defesa do Consumidor.
Em nota, a Rappi respondeu que não faz a contratação dos entregadores, e sim o inverso. “São os entregadores parceiros que contratam a Rappi para, por meio de plataforma tecnológica disponibilizada, entrar em contato com os usuários e angariar clientes para a sua atividade comercial de motofrentistas.” A empresa diz ainda que estão elaborando soluções para aumentar a segurança dos trabalhadores.
A Uber afirmou que os motoristas parceiros não são profissionais de saúde capacitados a avaliar o estado de vítimas e que os veículos não são adaptados para substituir ambulâncias.
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