Procurador preso favoreceu construtoras em obras da linha 4 do metrô do RJ, diz MPF

  • Por Jovem Pan
  • 01/07/2019 11h33 - Atualizado em 01/07/2019 14h12
EFE odebrecht Procurador recebia os pagamentos através do codinome "Gordinho"  por meio do Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht

O procurador do Estado Renan Saad, preso nesta segunda-feira (1) pela Força-Tarefa da Lava Jato no Rio de Janeiro, trabalhou para favorecer construtoras ligadas às obras da linha 4 do metrô da cidade. Segundo o Ministério Público Federal (MPF), “há provas” de que Saad alterou o trajeto original que a linha faria, além de viabilizar pagamentos pela aquisição de equipamentos necessários na obra.

Com as mudanças efetuadas pelo procurador, de acordo com o MPF,  a construção da linha 4, que deveria ter custado cerca de R$ 880 milhões aos cofres públicos (segundo orçamento feito em 1988) teve os gastos reajustados para R$ 9,6 bilhões.

Em nota, o MPF diz que “foram identificados pagamentos, relacionados à obra da Linha 4 do Metrô do Rio de Janeiro, a Renan Saad no valor total de R$ 1.265 milhões” que foram divididos em nove transferências diferentes entre 10 de setembro de 2010 e 18 de abril de 2012. Ele recebia os pagamentos através do codinome “Gordinho”  por meio do Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, sistema usado pela empreiteira para repassar propinas a políticos.

Além da prisão temporária de Saad, operações de busca e apreensão serão feitas do endereço residencial e no escritório de advocacia do procurador. Pessoas subordinadas a ele também serão ouvidas, na tentativa de apurar o “rime de pertencimento à organização criminosa e de lavagem de dinheiro por intermédio do escritório de advocacia do investigado.”

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