Procuradoria acusa 5 do Exército por afogamento e morte de 3 soldados em Barueri

  • Por Estadão Conteúdo
  • 15/09/2017 12h57
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Vila Velha (ES) - Soldados do Exército fazem a segurança das ruas e dos terminais rodoviários vazios em Vila Velha, região metropolitana de Vitória (Tânia Rêgo/Agência Brasil) Tânia Rêgo/Agência Brasil O caso ocorreu por volta das 17h, durante a execução de uma pista de orientação, com mapas e bússolas

O Ministério Público Militar denunciou à Justiça Militar da União cinco militares do Exército pelo afogamento e morte de três soldados durante um acampamento do 21º Depósito de Suprimentos (21º D Sup), no dia 24 de abril, em Barueri, na Grande São Paulo.

Foram denunciados um capitão, oficial de prevenção de acidentes na instrução; um segundo capitão, oficial de operações do 21º D Sup, responsável pelo exercício; um tenente, instrutor responsável pela instrução de orientação diurna do exercício; e um cabo e um soldado, ambos auxiliares de instrução, que participaram diretamente da execução da pista de orientação diurna, feita com bússolas e mapas. As informações foram divulgadas pelo Superior Tribunal Militar.

A Promotoria requereu que os cinco militares respondam na Justiça Militar, em São Paulo, por crimes previstos no Código Penal Militar: homicídio culposo majorado devido à multiplicidade de vítimas e lesão corporal culposa, em concurso formal próprio.

Segundo a promotoria, “os denunciados, agindo culposamente, descumprindo seus respectivos deveres objetivos de cuidado, causaram a morte, mediante asfixia mecânica por afogamento, das três vítimas fatais e também culposamente, a integridade corporal do quarto militar”.

A denúncia foi formalizada no último dia 5 de setembro, junto à 2ª Auditoria de São Paulo – a primeira instância da Justiça Militar da União. A partir de agora, a juíza auditora responsável pelo caso terá quinze dias úteis, conforme o Código de Processo Penal Militar, para aceitar ou não a denúncia oferecida pelo Ministério Público Militar.

Caso seja aceita a denúncia, o processo vira uma ação penal militar, que seguirá o rito processual criminal da Justiça Militar, que é semelhante ao rito da justiça criminal comum.

O caso ocorreu por volta das 17h, durante a execução de uma pista de orientação, com mapas e bússolas. Os soldados entraram em um lago, localizado dentro da área de treinamento militar, e três dos quatro integrantes da equipe de orientação acabaram morrendo afogados. Um deles foi salvo por um tenente que ouviu os gritos de socorro. No mesmo dia 24 de abril, o Exército abriu um Inquérito Policial Militar (IPM) para apurar as circunstâncias do acidente.

O exercício de longa duração de instrução individual básica do Efetivo Variável (recrutas) de 2016 era do 21º D SUP, mas foi executado nas dependências do 20º Grupo de Artilharia de Campanha Leve (20ª GACL), localizado na Estrada de Jandira, Jardim Belval, na cidade de Barueri na região metropolitana de São Paulo.

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