Professor preso em operação contra pornografia infantil fez mais de 300 vídeos
O professor Ivan Secco Falsztyn, preso por produzir e armazenar material pornográfico na Operação Luz na Infância, deflagrada no início desta semana, confessou em interrogatório à Polícia Civil ter feito mais de 300 vídeos de alunas da St. Nicholas School, em Pinheiros, zona oeste da Capital.
Falsztyn está afastado da escola. Ele foi preso em flagrante após policiais cumprirem mandado de busca e apreensão em sua casa. Na audiência de custódia realizada nesta quarta-feira, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) decretou sua prisão preventiva.
As investigações apontam que o professor utilizava caixas de remédio para esconder câmeras que filmavam a partes íntimas de alunas durante suas aulas de história e teatro. Os investigadores agora querem saber se o conteúdo era comercializado, o que Falsztyn nega. Ele afirmou que “acredita ter realizado mais de 300 gravações”, e que fazia as gravações há menos de quatro anos. Todas as vítimas que aparecem nas filmagens têm entre 11 e 17 anos, e são alunas do professor.
Durante o interrogatório, Falsztyn contou que usava a câmera na sala de aula, no chão, em uma prateleira em frente aos alunos. “O interrogado confessa ter produzido todos os materiais e que ninguém o auxiliou na produção dos vídeos”, diz o interrogatório.
A Operação Luz na Infância, ação contra pornografia infantil realizada pela Polícia Civil sob a coordenação do Ministério da Justiça e Segurança pública, prendeu 43 pessoas. Responsável pela prisão de Falsztyn, a delegada Ivalda Aleixo, do Departamento de Capturas, estima que a polícia apreendeu ao menos 200 horas de material ilícito, agora sob perícia.
A polícia suspeita que o acusado tenha apagado materiais dos aparelhos apreendidos, e deve utilizar programas para recuperar arquivos deletados dos computadores. O professor entrou no radar da polícia ao baixar conteúdo relacionado à pornografia. Ele foi rastreado pelo IP. Até a operação, no entanto, os agentes não sabiam que ele produzia vídeos das próprias alunas.
Até o momento, não há queixas ou indícios de abusos físicos praticados pelo professor. A escola está analisando suas câmeras de segurança para identificar qualquer movimento suspeito.
Ivan Secco Falsztyn trabalhava no St. Nicholas há 20 anos, e tinha uma sala exclusiva. O colégio mandou uma carta aos pais, informando que contratou a psicóloga Fabiana Saffi, chefe do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP), para prestar atendimento e esclarecer dúvidas. A direção reiterou que a escolha dos professores é criteriosa, mas que está vulnerável a pessoas que “por estarem imbuídas por um espírito torpe buscam deliberadamente dissimular a realidade para ocultar e manter velados os atos praticados”.
* Com informações do Estadão Conteúdo.
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