Programa “Os Dois Lados da Moeda” debate acordo de leniência entre governo e empreiteiras
No programa Os Dois Lados da Moeda desta quarta (25), Marco Antonio Villa e Mauro Motoryn falam sobre o acordo de leniência entre as empreiteiras e o governo federal. Nesta “alternativa” construída pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, em busca de uma aliança “entre ele, a CGU (Controladoria Geral da União), a AGU (Advocacia-Geral da União), o TCU (Tribunal de Contas da União), para buscar uma solução.
Nesse tipo de acordo, empresas envolvidas no esquema de corrupção com a Petrobras poderiam ter imunidade judicial, além de poderem continuar a disputar contratos com o governo federal, em troca de informações.
Para Villa, Cardozo “esqueceu que é ministro da Justiça e não dos empreiteiros”. Ele entende que, na verdade, essa é uma “articulação na verdade é uma coisa de malandro feita pelo governo para livrar as empreiteiras de dizerem o que sabem”. Villa afirma que o PT teme que Ricardo Pessoa diga que financiou o PT em 2014 e 2010, financiou gastos pessoais de José Dirceu, em suma “tem o PT nas mãos”.
Motoryn responde com uma analogia de um carro em alta velocidade atropelando pessoa que passava de forma imprudente pela estrada. Para ele, o carro não é culpado e o carro representa as empreiteiras. “As empreiteiras geram 500 mil empregos no Brasil, são importantes para o desenvolvimento econômico num momento delicado da economia”, considera. “Vamos condenar, julgar as pessoas envolvidas, sejam corruptores ou corruptos, mas você não pode condenar a fábrica”, disse. Para Motoryn, além disso, “o acordo com a CGU não ilide a continuidade do processo criminal, do processo de averiguação”.
Outra visão que difere entre os dois comentaristas é aquilo que Villa chama de “propina” para o PT e que Motoryn considera como “doações legais”, até porque as empreiteiras “doaram para todos os partidos”.
Villa afirmou também que “Lula é o chefe desse esquema criminoso” e “em qualquer país sério estaria preso”. Motoryn rebateu: “Respeite o judiciário, você não é juiz” e argumentou que “o Brasil tem instituições que funcionam”.
Ouça todos os lados da moeda no áudio acima.
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