Programa “Os Dois Lados da Moeda” discute a aprovação do Orçamento Impositivo
A Câmara dos Deputados aprovou a votação do Orçamento Impositivo, que obriga o governo federal a cumprir emendas parlamentares. Marco Antonio Villa e Mauro Motoryn debatem a importância da medida e os efeitos para as contas do governo.
Para Villa, essa é uma vitória do poder Legislativo sobre o Executivo. “Historicamente no Brasil nós tivemos um Executivo muito forte e o Legislativo, uma mera extensão dos interesses do Executivo”, disse. “O PT levou isso ao limite com o mensalão, quando comprou maiorias”, criticou. “É uma vitória da democracia, do legislativo e que desagradou o Palácio do Planalto.”
“Vocês estão elegendo um presidente da República com 150 mil votos” respondeu Motoryn, em referência a Eduardo Cunha, presidente da Câmara. “Aprovaram o orçamento impositivo num momento de extrema crise do Brasil, ou seja, nós vamos acabar aceitando emendas para fazer pontezinhas, coretos, tudo isso prejudicando a economia brasileira”, projetou. Ele considera que a Câmara está conduzindo o Brasil para uma crise sem precedentes. “Está faltando responsabilidade fiscal no Congresso Nacional”, afirmou Motoryn.
Villa treplicou: “50% do valor de cada emenda parlamentar é para gasto de saúde” e destacou a ironia de “falar de responsabilidade fiscal um governo irresponsável e corrupto”, que, na visão do historiador, é marcado por uma péssima gestão das contas públicas, péssima gestão das empresas e de bancos estatais.
“O PMDB é o único partido político da história brasileira que está no poder há exatamente 16 anos: atravancou o governo Fernando Henrique, atravancou o governo Lula, atravanca o o governo Dilma e ninguém tem coragem de dizer isso”, devolveu Motoryn. Eduardo Cunha é do PMDB. “Se outorga o direito de convocar, sem consultar ninguém, 39 ministros para darem esclarecimentos ao Congresso sem motivação aparente”, criticou também.
“O PT odeia a democracia”, alfinetou Villa de volta. “Em pouco tempo de Eduardo Cunha, teve orçamento impositivo, ele vai barrar o controle social da mídia, colocou questões que envolvem a reforma política; até o momento a gestão Eduardo Cunha é digna de aplausos”, avaliou.
“Olha, eu não vou aplaudir”, disse, por fim, Motoryn.
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