Promotoria e Polícia fazem buscas no Ilume e na casa de Denise Abreu

  • Por Estadão Conteúdo
  • 02/05/2018 22h37 - Atualizado em 02/05/2018 22h39
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Reprodução/G1 Ex-diretora do Ilume, Denise Abreu é acusada de pagar propina para a manutenção do contrato junto ao Consórcio FM Rodrigues

Os promotores de Justiça Letícia Ravacci e Neudival Mascarenhas, do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), e José Carlos Blat, do Patrimônio Público e Social da Capital, realizaram busca e apreensão na sede do Departamento de Iluminação Pública do Município de São Paulo (Ilume) e na residência de Denise Abreu, ex-diretora do órgão, nesta quarta-feira, 2. Foram apreendidos documentos e HDs de computadores.

As informações foram divulgadas pelo Ministério Público Estadual de São Paulo.

A medida foi autorizada pelo Departamento de Inquéritos Policiais e Polícia Judiciária (DIPO) de São Paulo e contou o auxílio de policiais do Grupo de Operações Especiais da Polícia Civil (GOE).

Os promotores de Justiça investigam pagamento de vantagens indevidas a ex-funcionários do Ilume e já recomendaram a suspensão e posterior rescisão do contrato subscrito recentemente entre a administração municipal de São Paulo e o consórcio FM Rodrigues, vencedor da licitação da PPP (Parceria Público-Privada) da iluminação pública.

Gravações

Áudios revelaram a ex-diretora do Ilume, Denise Abreu, falando em suposta propina para a manutenção do contrato.

O áudio foi gravado por uma ex-servidora do Ilume, que colabora com investigações do Ministério Público Estadual.

Na gravação ambiental, Denise menciona que seria o “último mês” porque a empresa não teria “mais contrato”.

“Eu vou te dar os seus três .. Mas a empresa [FM Rodrigues] não tem mais contrato e eu não vou ter como arcar daqui pra frente com isso. É o último mês. Simplesmente não tem como”

Termo

A Prefeitura assinou contrato com o Consórcio FM Rodrigues/CLD, vencedor da Parceria Público-Privada (PPP) da Iluminação Pública

A concorrente da FM Rodrigues era o consórcio Walks, integrado pela WPR Participações – do grupo WTorre -, a Quaatro e a KS Brasil Led Holdings.

A proposta da Walks foi de R$ 23,25 milhões por mês, ante R$ 30,158 milhões ofertados pelo concorrente FM Rodrigues.

Diversas batalhas judiciais foram travadas entre as concorrentes e a Prefeitura excluiu a Walks do certame por considerar que uma das empresas do consórcio é controladora da Alumini, empresa declarada inidônea pela Controladoria-Geral da União.

No áudio, gravado antes do resultado da licitação, a diretora da Ilume, Denise Abreu, afirma ser um “escândalo” a possibilidade de a WTorre – do consórcio Walks – vencer a licitação, e se diz “inimiga da empresa”.

A WTorre é alvo de investigação na Lava Jato, mas nunca foi denunciada, como foi dito por Denise em trechos do áudio.

Defesa

COM A PALAVRA, A PREFEITURA DE SÃO PAULO

“A Secretaria Municipal das Prefeituras Regionais informa que está colaborando com as apurações do Ministério Público e também as da Controladoria do Município”.

COM A PALAVRA, O ADVOGADO ROBERTO PODVAL, QUE DEFENDE DENISE ABREU

“A busca ajudará a comprovar sua inocência”.

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