Propina foi repassada por meio de doações ao Partido dos Trabalhadores, diz executivo

  • Por Jovem Pan
  • 03/12/2014 18h59
CURITIBA, PR, 26.11.2014: LAVA-JATO - Dia de visita na Polícia Federal (Superintendência Regional do Paraná), em Curitiba (PR), nesta quarta-feira (26). Os presos envolvidos na Operação Lava-Jato puderam receber visitas de parentes e advogados das 14h às 17h. (Foto: Gel Lima/Frame/Folhapress) Policia Federal

Após firmar um acordo de delação premiada, o executivo Augusto Ribeiro de Mendonça Neto, da empresa Toyo Setal, disse em depoimento à Justiça que parte da propina recolhida pelo supsoto esquema criminoso na Petrobras foi repassada para o caixa do Partido dos Trabalhadores por meio de doações oficiais, entre 2008 e 2011.

Os repasses começaram após uma reunião entre o empresário e o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, na sede do partido em São Paulo. Em acordo, foi estabelecido o valor de R$ 4 milhões em doações no período de três anos.

Segundo ele, os repasses foram feitos por meio das contas das empresas Setec Tecnologia, SOG Óleo e Gás e PEM Engenharia.

A maquiagem nos desvios, incluindo os recursos como se fossem doações partidárias, era uma estratégia para dificultar o rastreamento do dinheiro oriundo do crime.

De acordo com Mendonça Neto, apenas em relação a sua empresa, os ex-diretores da Petrobras Renato Duque e Paulo Roberto Costa receberam propina de até de R$ 30 milhões.

Cabia ao ex-gerente de Serviços da Petrobras, Pedro Barusco, tratar diretamente da propina com a empresa.

Conforme o depoimento, o ex-funcionário, recebeu os valores das empreiteiras em parcelas em dinheiro, remessas em contas indicadas no exterior e como doações oficiais ao PT.

No esquema do petrolão, Barusco chegou a pedir que parte da propina fosse entregue em dinheiro vivo num escritório em São Paulo, enquanto os pagamentos no exterior eram destinados a uma única conta definida previamente por Renato Duque.

No depoimento de Mendonça Neto ele disse que um emissário conhecido apenas como Tigrão, também recolhia em nome de Duque as propinas pagas pela empreiteira Toyo Setal.

Há 20 dias a PF procura informação sobre o “Tigrão” e outros dois personagens misteriosos, “Melancia e Eucalipto”, que são citados ao longo das peças do precesso.

No depoimento, Mendonça Neto disse não saber o nome real de “Tigrão”, descrito por ele como “moreno, 1,70m a 1,80m (de altura), meio gordinho, idade aproxiamda de 40 anos.”

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