Protesto na Câmara critica negociação de cargos por votos contra impeachment

  • Por Jovem Pan com Agência Estado
  • 05/04/2016 16h57
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José Maria Trindade/Jovem Pan Protesto na Câmara critica negociação de cargos por votos contra impeachment (Reprodução)

Organizado pelo partido Solidariedade, três pessoas fizeram na tarde desta terça-feira, 5, no Salão Verde da Câmara dos Deputados, um rápido protesto contra a negociação de cargos pelo Palácio do Planalto em troca de apoio contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff. 

Vestindo uma máscara do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, um dos manifestantes segurava uma espécie de bandeja por meio da qual simulava um “balcão” de compra de votos, intitulado por eles como “Mascate do Impeachment – Compro Voto”. 

Outra manifestante distribuía reais “pixulecos” e “petro dólares” com imagens de Lula, Dilma e do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, preso após ser condenado, em primeira instância, por envolvimento no esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato.

Vestido com uma capa vermelha (cor do PT) e uma máscara do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello, um terceiro manifestante carregava um cartaz em que estava escrito: “Dilma, obrigado pela nomeação da minha filha desembargadora/RJ (sic)”. 

Falando ao repórter José Maria Trindade, da rádio Jovem Pan, o deputado Sóstenes Cavalcanti (DEM-RJ) negou que o protesto tenha sido uma tentativa de “demonizar” o Supremo Tribunal Federal. “Não estamos demonizando o Supremo. Acho que os poderes são harmônicos. Devem conviver cada uma na sua atribuição. A questão de impeachment e política é atribuição da Câmara, do Congresso Nacional. Nós somos os políticos e não o STF”, afirmou.

O protesto era uma referência à nomeação feita por Dilma ainda em 2014 de Letícia Mello, filha do ministro do STF, para o cargo de desembargadora do Tribunal Regional Federal (TRF) da 2ª Região. Ela foi nomeada aos 37 anos, após ser a mais votada em lista tríplice enviada pelo tribunal à presidente.

Nesta terça-feira, Marco Aurélio determinou que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), aceite pedido de impeachment contra o vice-presidente da República, Michel Temer, e instale uma comissão especial para analisar o processo. Cabe recurso ao plenário do STF da decisão monocrática do ministro.

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