Quase 30% de ausência nas urnas representam perigo à democracia
O primeiro turno das eleições 2014 tiveram uma grande quantidade de não comparecimento dos eleitores: 19,39% de abstenção, 3,34% de votos em branco e 5,8% votos nulos, total de 29,03% de ausência.
Roberto Romano da Silva, professor de ética da Unicamp, comenta o número. Ele atribui esse desânimo do eleitorado à campanha agressiva de Dilma. Algo que preocupa muito o professor é a distância da cidadania para política.
Outro fator que estimularia o grande número de pessoas que não vão às urnas seria a pequena multa cobrada a quem não exerce seu direito/dever cívico, “ridícula” na visão
Romano comenta também a nova disposição do parlamento e crê que seja prejudicial a grande quantidade de partidos presentes no Congresso – 28 com os novos deputados federais eleitos, 6 a mais que a quantidade anterior. “Você tem um monte de aglomerados que têm proprietários e representam muita pouca coisa.”
“Os políticos não correspondem aos interesses nacionais, mas aos seus próprios interesses”, critica. “Isso é um perigo muito grande à democracia”.
Romano avalia ainda o clima de confronto e falta de diálogo nessas eleições. “Num país que teve duas ditaduras muito fortes no século XX (…), há uma espécie de banzo do autoritarismo ditatorial. Isso deve ser corrigido pelos nossos políticos”, conclui.
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