Queimadas na Amazônia estão na média dos últimos 15 anos, diz NASA

Segundo a agência, no Mato Grosso e no Pará as queimadas ficaram abaixo, enquanto no Amazonas e em Rondônia elas aumentaram

  • Por Jovem Pan
  • 22/08/2019 17h14 - Atualizado em 22/08/2019 17h35
Divulgação/Nasa nasa-divulga-imagens-da-fumaca-da-amazonia.jpg Em julho e agosto, a atividade do fogo aumenta devido à chegada da estação seca

Um estudo da NASA atualizado nesta quinta-feira (22) mostrou que as queimadas na Amazônia em 2019 estão próximas da média em comparação com os últimos 15 anos. Além disso, indicou que, de acordo com estimativas do banco de dados de Emissões Globais de Incêndio, no Mato Grosso e no Pará elas ficaram abaixo da média, enquanto no Amazonas e em Rondônia, aumentaram.

Segundo a agência, os incêndios na região são raros na maior parte do ano, pois o clima úmido da floresta impede que as chamas se espalhem. No entanto, em julho e agosto, a atividade aumenta devido à chegada da estação seca. “Muitas pessoas utilizam o fogo para manter as terras e as pastagens cultiváveis ou limpá-las para outro fim”, diz o estudo. Normalmente, o pico ocorre no início de setembro e vai até novembro.

Do último ano para cá, no entanto, os números duplicaram, conforme o gráfico da Global Fire Data, que traz a contagem cumulativa de incêndios mensais. Entre os dias 15 e 22 de 2018, foram registrados uma média de 52.000 focos, enquanto este ano, no mesmo período, foram 95.000. Em 2016, a estimativa foi maior: 10.000 a média. Já em 2017, ficou em 7.000. Acesse aqui o gráfico.

Em Rondônia, um incêndio de grandes proporções começou no final de julho na reserva ambiental Margarida Alves e durou até o dia 18 de agosto. Segundo o Corpo de Bombeiros da região, a queimada destruiu mais de mil hectares.

Inpe afirma que queimadas aumentaram 82%

O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) afirmou que as queimadas no Brasil aumentaram 82% em relação ao ano de 2018, se compararmos o mesmo período de janeiro a agosto – foram 71.497 focos neste ano, contra 39.194 no ano passado. Esta é a maior alta e também o maior número de registros em sete anos no país, segundo o instituto.

De acordo com o Inpe, em Rondônia, o número de queimadas disparou 190%. O Mato Grosso é o estado com maior quantidade de queimadas: mais de 13 mil focos de incêndio já foram registrados entre janeiro e agosto deste ano.

O governo, porém, discorda dos números do instituto. O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, explicou recentemente que alguns dados divulgados sobre desmatamento contém informações antigas ou duplicadas. Segundo ele, por exemplo, ficou provado que a divulgação do número de 88% de aumento em junho “não existe, é mentira”.

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.