Quem é Nelson Teich, novo ministro da Saúde do governo Bolsonaro

  • Por Jovem Pan
  • 16/04/2020 16h53
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Reprodução nelson-teich Em artigo, Teich criticou a polarização sobre as estratégias e ações dos governos no enfrentamento ao coronavírus

O oncologista Nelson Teich foi escolhido como o novo ministro da Saúde nesta quinta-feira (16), no lugar de Luiz Henrique Mandetta, demitido pelo presidente Jair Bolsonaro. Teich é consultor em economia para a saúde e foi assessor do secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Denizar Vianna, de setembro de 2019 a janeiro de 2020.

Formado em Medicina pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), ele foi consultor informal para a área de saúde na equipe de Bolsonaro durante a campanha de 2018. Teich é fundador e presidente do grupo Clínicas Oncológicas Integradas (COI) e já foi consultor em economia da saúde no Hospital Israelita Albert Einstein.

Opiniões sobre a quarentena

Em artigo publicado há cerca de três semanas, Teich criticou a polarização sobre as estratégias e ações dos governos no enfrentamento ao coronavírus e defendeu o chamado “isolamento inteligente”. Para ele, o “isolamento vertical” tem “fragilidades e não representaria solução definitiva”.

A melhor estratégia seria, assim, um modelo semelhante ao aplicado na Coreia do Sul, com testagem em massa e “estratégias de rastreamento e monitorização, algo que poderia ser rapidamente feito com o auxílio das operadoras de telefonia celular”.

As medidas de restrição social foram um dos maiores impasses entre Mandetta e Bolsonaro, já que o presidente defende o “isolamento vertical”, que mantém em quarentena apenas pessoas do grupo de risco, como idosos e pacientes com doenças prévias, e o ex-ministro, o “isolamento horizontal”.

Segundo Teich, “o papel de um líder nessa situação incerta” é “mapear os possíveis cenários, do mais provável ao menos provável, e de alguma forma se preparar para cada um deles e para suas evoluções”.

“Ter uma visão polarizada, tentando adivinhar o que vai acontecer ou assumindo posições radicais só vai atrapalhar a capacidade de entender e enfrentar a situação e de se transformar com a velocidade e eficiência necessárias”, escreveu.

O oncologista também comentou sobre a mudança de comportamento do primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, e do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre as medidas de isolamento.

“Mesmo que tivessem opiniões diferentes em relação a melhor forma de abordar o problema, ficou impossível para Johnson e Trump correr o risco de cometer um erro na avaliação do risco e em enfrentar as  consequências de um erro dessa magnitude”, afirmou. “Criar uma polarização, imaginando que de um lado estão as pessoas e do outro lado o dinheiro, pode ser um erro grave na avaliação do problema trazido pela Covid-19.”

“É como se existisse um grupo focando nas pessoas e na saúde e outro no mercado, nas empresas e no dinheiro, mas essa abordagem dividida, antagônica e talvez radical não é aquela que mais vai ajudar a sociedade a passar por esse problema.”

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