Querem criar “conotação política” com corte em orçamento da PF, diz petista

  • Por Agência Estado
  • 06/01/2016 18h56
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Thyago Marcel/Câmara dos Deputados

O líder do governo na Comissão Mista de Orçamento (CMO), deputado Paulo Pimenta (PT-RS), afirmou nesta quarta-feira, 6, que há uma tentativa de criar uma “conotação política” no debate sobre o corte de R$ 133 milhões no orçamento da Polícia Federal para este ano. O petista destacou que a restrição à verba da PF ficou dentro da “média” imposta a todo o serviço público.

“É uma tentativa de criar uma conotação política para um assunto que não tem”, afirmou ele, em entrevista à reportagem. “Por que razão só eles não teriam corte? É um assunto orçamentário”.

O líder do governo na CMO disse que, durante a discussão do orçamento da corporação, representantes do Ministério da Justiça, ao qual a PF é vinculada, estiveram na comissão para discutir formas de melhorar a verba para a instituição em 2016. O próprio Pimenta afirmou que, após o encontro, apresentou um destaque para recompor em R$ 20 milhões o corte no orçamento da instituição – com a aprovação, a tesourada ficou em R$ 133 milhões, ou 3,7% do total.

Ainda assim, Paulo Pimenta defendeu que, se for necessário, o Congresso pode aprovar um projeto de crédito suplementar para aumentar o orçamento da corporação. “É natural que, durante o ano, na medida da necessidade, os créditos suplementares sejam feitos, faz parte do dia a dia da administração”, disse o petista, minimizando a discussão.

O relator-geral do Orçamento de 2016, deputado Ricardo Barros (PP-PR), já havia dito que todos os órgãos públicos tiveram cortes. “Portanto, absolutamente natural, não foi tratado de forma diferenciada”, disse. O Judiciário da União, contou, teve um corte médio de 5% e o Ministério Público da União, menor, de 1,9%, em razão da Operação Lava Jato.

Barros negou qualquer retaliação à PF. “Eles também querem ficar numa zona de conforto e nós não estamos nessa. Se a gente não corta é porque está com medo, se corta, está com medo que eles investiguem. Qualquer solução tem reclamação, acho que eles estão bem tratados dentro dos cortes gerais do orçamento”, disse, após a aprovação do orçamento pelo Congresso.

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