‘Quero que seja o mais breve possível’, diz Kassab sobre pedido de licença

  • Por Jovem Pan
  • 29/12/2018 08h52 - Atualizado em 29/12/2018 09h54
Estadão Conteúdo O ex-prefeito Gilberto Kassab O futuro secretário da Casa Civil de São Paulo, Gilberto Kassab, vai pedir licenciamento do cargo logo depois que tomar posse, em 1° de janeiro

O atual ministro Gilberto Kassab (PSD) afirmou neste sábado (29) que espera que seu licenciamento do futuro cargo de secretário da Casa Civil do governador eleito de São Paulo, João Doria (PSDB), seja “o mais breve possível”. O pedido de licença foi feito nesta quinta-feira, após Kassab ter sido alvo de uma operação da Polícia Federal (PF), na semana passada.

Segundo a Procuradoria-Geral da República, há suspeitas de que executivos da JBS repassaram, ao todo, R$ 58 milhões ao atual ministro da Ciência e Tecnologia. O documento, enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), diz que Kassab recebeu uma mesada de R$ 350 mil entre 2010 e 2016.

“Quero que [o licenciamento] seja o mais breve possível. Estou muito motivado a colaborar com o governo de João Doria e quero contribuir com o meu trababalho e com a minha experiência, mas, antes, preciso tirar da frente esse trabalho que sou obrigado a fazer em favor da minha defesa”, disse Kassab em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan.

Ele tomará posse como secretário de Doria na próxima terça-feira (1°), mas vai se licenciar do cargo logo em seguida. No período em que estiver afastado, Kassab não receberá salário, já que o pedido de licença foi com “perda de vencimentos”. “Estarei em São Paulo [como secretário] e precisarei ir a Brasília algumas vezes, para fazer a minha defesa. Essa é a razão do pedido de licença com perdas de vencimentos”, explicou ele.

Em relação aos R$ 300 mil encontrados pela Polícia Federal em sua casa, em São Paulo, o ministro se justificou, dizendo que, como tem os bens bloqueados devido a inquéritos aos quais responde, precisa “fazer as atividades pessoais em espécie”. “Isso está sendo explicado e com certeza o dinheiro será restituído”, afirmou.

De acordo com Kassab, a Polícia Federal não havia feito nenhum pedido de explicação antes da ação deflagrada na semana passada, e reiterou que sempre se colocou à disposição da Justiça. “Respeito o Judiciário, o Ministério Público. Só posso afirmar que se trata de uma calúnia.”

Kassab confirmou que a JBS fez doações a sua campanha à prefeitura de São Paulo, em 2008, mas disse que “nunca teve nenhum pedido de vantagem”. “Que troca é essa que nunca houve nenhum pedido?”, questionou ele em relação à acusação que os empresários Wesley e Joesley Batista fizeram em suas delações premiadas sobre os pagamentos. De acordo com eles, as propinas foram pagas em troca de apoio político enquanto Kassab estava à frente do Executivo municipal e, depois, quando se tornou ministro de EStado, além de apoio ao PT na disputa presidencial de 2014.

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