Raquel Dodge vai substituir Janot no comando da PGR
Raquel Dodge vai comandar a Procuradoria Geral da República a partir de setembro, quando o atual procurador-geral, Rodrigo Janot, deixará o cargo. A escolha foi feita por Michel Temer e o anúncio realizado pelo porta-voz do Presidente da República, Alexandre Parola, em um breve pronunciamento feito às pressas na noite desta quarta-feira (28).
“O presidente da República escolheu na noite de hoje a subprocuradora-geral da República dra. Raquel Elias Dodge para o cargo de procuradora-geral da República. A doutora Raquel Dodge é a primeira mulher a ser nomeada para a Procuradoria-Geral da República”, foi a mensagem lida pela porta-voz.
A escolha
Nesta quarta-feira (28), Michel Temer recebeu a lista tríplice das mãos do presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República, José Robalinho Cavalcanti, para escolher o novo procurador-geral. Aliados garantiam que Temer faria a escolha logo, respeitaria a lista, mas descartaria Nicolao Dino, por sua proximidade com Janot.
Temer, no entanto, não tinha um prazo definido para fazer a escolha, já que Janot fica no cargo até 17 de setembro. A escolha do sucessor de Janot se dá em um cenário de tensão entre o Ministério Público Federal e o Poder Executivo por conta dos desdobramentos da Operação Lava Jato e da primeira denúncia contra Temer oferecida na segunda-feira (26).
A tradição de formação da lista tríplice iniciou-se no ano de 2001. Segundo a Associação Nacional dos Procuradores da República, “trata-se de um processo que atende ao clamor dos procuradores da República de indicar aquele que acreditam ser o mais preparado para gerir a instituição”.
De 2001 até agora, a lista tríplice para o cargo de Procurador-Geral da República só não foi acatada em sua primeira edição. A partir de 2003, o então presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, passou a reconhecer e prestigiar a escolha dos procuradores da República para o cargo de chefe do órgão.
Perfil
Raquel Elias Ferreira Dodge é subprocuradora-geral da República e oficia no Superior Tribunal de Justiça em matéria criminal. Integra a 3ª Câmara de Coordenação e Revisão, que trata de assuntos relacionados ao Consumidor e à Ordem Econômica. É membro do Conselho Superior do Ministério Público pelo terceiro biênio consecutivo.
Foi coordenadora da Câmara Criminal do MPF, membro da 6ª Câmara e procuradora federal dos Direitos do Cidadão Adjunta. Ela atuou na equipe que redigiu o I Plano Nacional para Erradicação do Trabalho Escravo no Brasil, e na I e II Comissão para adaptar o Código Penal Brasileiro ao Estatuto de Roma.
Atuou ainda na Operação Caixa de Pandora e, em primeira instância, na equipe que processou criminalmente Hildebrando Paschoal e o Esquadrão da Morte. É Mestre em Direito pela Universidade de Harvard, nos Estados Unidos. Ingressou no Ministério Público Federal há 30 anos, em 1987.
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.