Raul Jungmann: uso de atiradores de elite contra criminosos não tem respaldo na lei

  • Por Jovem Pan
  • 31/10/2018 14h18
Marcelo Camargo/Agência Brasil "Não podemos ter nenhum tipo de atividade que não seja devidamente legal", afirmou o ministro

O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, disse nesta quarta-feira (31) que a proposta de usar atiradores de elite (snipers) contra criminosos feita pelo governador eleito do Rio de Janeiro Wilson Witzel (PSC) – e defendida também pelo futuro ministro da Defesa de Jair Bolsonaro (PSL), general Augusto Heleno – não tem respaldo na lei.

“É uma proposta que precisa passar pelo crivo das leis, da legislação e da Justiça. Não podemos ter nenhum tipo de atividade que não seja devidamente legal, que não esteja nas normas da Justiça. E, hoje, não está. E teria que ter uma modificação legislativa para que ela pudesse vir a acontecer”, afirmou.

Na última terça (30), Witzel declarou que vai pedir ao governo federal a permanência das Forças Armadas no estado até outubro de 2019 e anunciou que pretende empregar os snipers no combate ao tráfico de drogas. Ele defende o “abate” de criminosos sem que haja responsabilização dos policiais. “Prefiro defender um policial no tribunal do que ir ao funeral dele; atirou, matou, está correto”, disse, repetindo um dos lemas de sua campanha.

General Heleno concordou, mas garantiu que não se trata de “uma autorização para matar indiscriminadamente”. “Minha regra de engajamento no Haiti era muito parecida com essa que o futuro governador colocou. É óbvio que muita gente faz uma distorção e acaba dizendo que é uma autorização para matar. É uma reação necessária à exibição ostensiva que tem sido feita no Rio de armas de guerra nas mãos, muitas vezes, de jovens”, contou.

“Não é uma autorização para matar indiscriminadamente. Precisa ter um critério muito bem consolidado. Precisa haver um treinamento bem feito das tropas para que isso seja respeitado. Tivemos essa regra no Haiti durante mais de dez anos e não há casos de execuções indiscriminadas. É uma questão de treinamento e, de pouco a pouco, se readquirir o respeito”, completou em seguida.

*Com informações da Agência Brasil

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