Como foi a reabertura dos shoppings na cidade de São Paulo

Apesar de os centros comerciais terem fluxo abaixo do esperado, consumidores circulam sem máscaras e não há contagem de pessoas; clientes buscam ‘folga’ do isolamento

  • Por Carolina Fortes
  • 11/06/2020 20h02 - Atualizado em 11/06/2020 20h46
BRUNO ESCOLASTICO/PHOTOPRESS/ESTADÃO CONTEÚDO Segurança afere temperatura de cliente de shopping Clientes passaram por medição de temperatura na entrada do Cidade São Paulo, na Av. Paulista

A reabertura dos shoppings na cidade de São Paulo nesta quinta-feira, 11, teve um movimento tranquilo, abaixo, inclusive, do que era esperado por alguns logistas. Uma pequena fila de consumidores se formou um pouco antes da 16h na entrada do shopping Cidade São Paulo, na Avenida Paulista, região ícone da capital paulista, que normalmente recebe um grande fluxo de pedestres. Depois de estarem mais de 80 dias fechados, no primeiro dia de funcionamento dos centros comerciais na cidade, bombeiros civis mediam na entrada a temperatura corporal dos clientes para conferir se estava abaixo de 37ºC e tentar identificar possíveis contaminados pelo novo coronavírus. Apesar de ser proibido circular sem máscaras, a Jovem Pan flagrou algumas pessoas sem o equipamento de proteção no interior do estabelecimento. Além disso, mesmo com a recomendação de uma distância segura de dois metros, não havia verificação por parte dos seguranças. A contagem de pessoas que adentravam ao local também não era realizada.

Na véspera do Dia dos Namorados, comemorado nesta sexta-feira, 12, o Cidade São Paulo não registrava aglomerações nem fluxo muito grande de pessoas. Izabelle Vini Ferraz, de 19 anos, moradora do centro de São Paulo, foi procurar um calçado para ela e aproveitou para escolher o presente do namorado. Ela contou que às vezes compra produtos online, mas, neste caso, ficou com receio, então resolveu ir ao shopping para poder experimentar. “Estou precisando de um calçado e, por causa do tamanho, fico meio desconfiada. Depois, para trocar, é muito problema”, disse a jovem à Jovem Pan.

Já no shopping Pátio Higienópolis, o movimento era ainda menor durante a tarde, e as medidas de segurança, mais restritivas. Na entrada, os seguranças, além de medir a temperatura dos clientes, distribuíam máscaras. Para a gerente da loja SouQ, Tatiana Bernardino, o retorno foi precipitado. “Não era a hora ainda. Porém, me sinto segura para voltar, porque estamos tomando todas as medidas de segurança”, afirmou. Com provadores fechados, os clientes dos estabelecimentos não podem experimentar peças ou bijuterias. Além disso, no estoque, os produtos que chegam ficam 72 horas guardados, “em quarentena”, segundo informaram alguns lojistas.

“Folga” no isolamento

O engenheiro Erick Heimi, de 32 anos, contou que antes da pandemia costumava ir ao Pátio Higienópolis todos os dias. Hoje, ele estava com a namorada – não atrás de presentes, mas de uma “folga” no isolamento social. “Estávamos há muito tempo em casa, viemos ao mercado e aproveitamos para dar uma passeada”, disse. Apesar de surpreso com o pouco movimento para o primeiro dia da reabertura, afirmou que se sente seguro. “Eu sou bem cauteloso. Se você considerar a forma como está [a retomada], não tem tanto risco.”

Lojas com álcool e provadores isolados

Nos estabelecimentos visitados pela Jovem Pan, a maioria das lojas possuía álcool em gel na entrada e controlava o número de consumidores no interior. Os provadores estavam fechados, e a maioria dos funcionários do grupo de risco, segundo as empresas, trabalhava em home office, nas vendas online, por segurança. Para a subgerente da loja Le Lis Blanc do Cidade São Paulo, Giselly Costa Soares, esta é uma nova experiência, com a qual a equipe ainda está se acostumando. “Para nós, tudo é novidade. Como acabamos de abrir, ainda estamos sentindo. Temos de ‘sorrir com os olhos’ e usar máscara obrigatoriamente. Tínhamos o costume de servir cafezinho e água para os clientes, mas, agora, o recomendado é não fazer isso. Caso alguém peça, a louça deu lugar aos descartáveis”, contou.

Além de estarem autorizados a abrir somente durante quatro horas por dia, os shoppings só podem ter 20% da capacidade. A equipe de segurança do Cidade São Paulo destacou que aguarda por marcadores que fazem a contagem, mas garantiu que, por enquanto, certifica-se de que o movimento não fique muito grande, para evitar aglomerações.

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