Recurso de Dilma é tentativa de “fazer barulho”, diz senador tucano

  • Por Jovem Pan
  • 01/09/2016 15h51
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Marcos Oliveira/Agência Senado José Aníbal PSDB - ASENADO

O senador José Aníbal, vice-líder do PSDB no Senado, disse que o recurso da defesa de Dilma Rousseff no STF para anular o impeachment “é só uma tentativa de quem sabe que não tem nenhuma procedência o recurso que está entrando, de fazer um pouco de barulho, de inconformismo”.

“O PT acha que lei é uma coisa que está escrita, mas não precisa ser cumprida, não vale”, criticou o tucano, em entrevista exclusiva à Jovem Pan nesta quinta-feira (01).

O próprio Aníbal e outras lideranças do PSDB, como o presidente da sigla Aécio Neves, anunciaram no primeiro momento após a votação do impeachment nesta quarta (31) que poderiam recorrer ao Supremo Trbunal Federal. Eles queriam cancelar a não inabilitação de Dilma, confirmada em segunda votação logo depois do afastamento, que manteve os direitos políticos da petista.

Apesar de ver a segunda decisão do Senado como “uma coisa absolutamente contraditória”, uma “gambiarra” e “uma mudança constitucional feita de afogadilho”, Aníbal teme que um eventual recurso “dê vazão para nenhuma iniciativa de tentarem anular o processo inteiro”, cancelando a cassação de Dilma.

A manobra

O senador do PSDB disse que a peemedebista Kátia Abreu, amiga de Dilma, assumiu que conseguiu o parecer de um advogado para efetuar a manobra que manteve os direitos de Dilma, na véspera do impeachment.

Ele contou ainda que a decisão dos tucanos de recuar do recurso aconteceu após reunião com a liderança do partido e de outras siglas da base de sustentação de Michel Temer, “hoje da situação”.

Teme-se que a condição extraordinária do afastamento de Dilma, sem a perda dos direitos políticos, abra precedente para que outros parlamentares sejam cassados mantendo as mesas benesses.

“O fundamental conseguimos, o afastamento dela”, diz Aníbal.

Tango

Aníbal também usou letra da música Cuesta Abajo, de Carlos Gardel, para criticar o Partido dos Trabalhadores.

“O PT é um partido que vive hoje uma letra de tango: a dor de já ter sido e a vergonha de não ser. O mais grave disso é que é um partido que perdeu todas as condições de governar. Dilma estava completamente isolada. Ela já não tinha governo, o governo dela já não funcionava”, afirmou.

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