“Rede Globo incita golpe militar”, diz PT

  • Por Jovem Pan
  • 04/04/2018 11h37 - Atualizado em 04/04/2018 11h37
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Geraldo Magela/Agência Senado Geraldo Magela/Agência Senado Presidente do PT Gleisi Hoffmann, que assina a nota, cita marginalmente o pronunciamento do general do Exército, mas foca as críticas na rede de televisão

O Partido dos Trabalhadores divulgou na manhã desta quarta-feira (4) nota em que acusa a Rede Globo de querer “repetir o que fez em 1964, quando incitou chefes militares contra o governo constitucional de João Goulart”. “E o faz agora para pressionar o Supremo”, diz o texto, em referência ao julgamento do habeas corpus preventivo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Na nota assinada pela presidente da sigla, senadora Gleisi Hoffmann, senador Lindbergh Farias e o deputado Paulo Pimenta.

O texto do PT cita os tuítes do comandante do Exército, Eduardo Villas Bôas, classificando a manifestação do general, contra a impunidade na véspera do julgamento de Lula, como “não natural”. Mas o partido prefere focar as críticas no canal de televisão. “Mais estranho ainda é que uma manifestação do comandante do Exército, general Villa Boas, em rede social, seja divulgada e manipulada no decorrer de uma edição do Jornal Nacional especialmente dedicada (23 minutos) a pressionar os ministros do STF”, afirma o texto.

O PT diz que “prestigiou” as forças armadas em seu governo, quando “não faltou fardamento nem rancho para os recrutas”.

Veja o texto completo:

Nota do PT: Rede Globo incita golpe militar

É escandalosa a pressão da Rede Globo para que o Supremo Tribunal Federal negue ao ex-presidente Lula o direito constitucional de se defender em liberdade da condenação ilegal e injusta, sem crime nem provas, imposta por Sérgio Moro e agravada em decisão previamente combinada da 8a. Turma do TRF-4.

Chegaram ontem (3/4) ao cúmulo de encerrar o Jornal Nacional associando uma declaração do comandante do Exército, general Villas Boas, ao julgamento marcado para hoje do habeas corpus em defesa de Lula no STF.

Não é natural da democracia que chefes militares se pronunciem sobre questões políticas ou jurídicas, como vem ocorrendo nos últimos dias. Mais estranho ainda é que uma manifestação do comandante do Exército, general Villa Boas, em rede social, seja divulgada e manipulada no decorrer de uma edição do Jornal Nacional especialmente dedicada (23 minutos) a pressionar os ministros do STF.

Nos governos do PT, prestigiamos as Forças Armadas como nenhum outro desde a redemocratização do País. Em nossos governos, não faltou fardamento nem rancho para os recrutas. Investimos na defesa das fronteiras terrestres, das águas territoriais e do espaço aéreo, devolvendo a dignidade aos militares.

E assim como defendeu o general Villas Boas nas redes sociais, nós do PT sempre combatemos a impunidade e respeitamos a Constituição, inclusive no que tange ao papel das Forças Armadas definido na Constituição democrática de 1988.

A defesa da Constituição implica em reconhecer a presunção da inocência, conforme definida no parágrafo 57 do artigo 5o. É o que esperamos que seja ratificado hoje pelo plenário do STF.

A Globo quer repetir o que fez em 1964, quando incitou chefes militares contra o governo constitucional de João Goulart. E o faz agora para pressionar o Supremo. A Globo tem sido historicamente um veneno à democracia.

Colunistas amestrados da imprensa, porta-vozes do fascismo e até oficiais da reserva vêm brandindo a ameaça de um novo golpe militar contra o reconhecimento dos direitos de Lula. São as vozes do fascismo e da intolerância.

A saída para a crise política, econômica e social está na realização de eleições livres e democráticas, com a participação de todas as forças políticas e sem vetos autoritários a Lula. E no respeito ao pacto político consagrado na Constituição de 1988. É este pacto, democrático, que o STF tem o dever de proteger.

Senadora Gleisi Hoffmann
Presidenta do Partido dos Trabalhadores

Senador Lindbergh Farias
Líder do PT no Senado Federal

Deputado Paulo Pimenta
Líder do PT na Câmara dos Deputados

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