Relatório do Coaf mostra que Flávio Bolsonaro pagou título de R$ 1 milhão

  • Por Jovem Pan
  • 20/01/2019 08h31 - Atualizado em 20/01/2019 08h36
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Jose Lucena/Estadão Conteúdo Parlamentar alegou foro privilegiado para solicitar interrupção de investigações

Um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) revela que o deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) pagou R$ 1.016.839 em título bancário da Caixa Econômica Federal. O órgão não conseguiu identificar quem seria o favorecido pelo pagamento, data ou qualquer detalhe da transação.

O novo trecho do documento foi revelado na noite de sábado (19) pelo Jornal Nacional, da TV Globo. Outra parte do material sobre o filho do presidente Jair Bolsonaro indica que ele recebeu 48 depósitos em espécie, em um mês de 2017, cada um de R$ 2 mil e feitos em caixa eletrônico da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).

A suspeita, segundo a reportagem, é de que funcionários do gabinete de Flávio devolviam parte dos salários ao parlamentar. As operações na conta do senador eleito são semelhantes às feitas por Fabrício Queiroz, ex-assessor de gabinete, que movimentou R$ 1,2 milhão em transações suspeitas entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017.

A investigação sobre a movimentação financeira de Queiroz foi iniciada há seis meses e tem como foco de apuração a suspeita de prática de lavagem de dinheiro ou “ocultação de bens, direitos e valores” no gabinete do filho do presidente na Alerj. O documento foi produzido por técnicos do conselho há um ano, em janeiro de 2018.

Depois, o material foi anexado pelo Ministério Público fluminense aos autos da Operação Furna da Onça, que em novembro do ano passado prendeu 10 deputados estaduais do Rio suspeitos de receberem propina. As investigações foram suspensas na última quarta-feira (16) pelo ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal.

Em pedido feito pela defesa, Flávio Bolsonaro alega que teria direito a foro privilegiado por ter sido eleito deputado. O caso será analisado pelo relator, Marco Aurélio Mello, que já indicou que deve negar o pedido após o fim do recesso do Poder Judiciário. Em entrevista, o parlamentar disse que está sendo perseguido politicamente.

*Com informações do Estadão Conteúdo

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