Relembre e ouça momentos marcantes da eleição de Tancredo Neves, que completa 30 anos
Tancredo Neves no Congresso Nacional
Tancredo Neves no Congresso Nacional quando é proclamado presidente da República pelo Colégio EleitoralA redemocratização do Brasil, depois de 21 anos de ditadura, tem um dia simbólico: 15 de janeiro de 1985. Neste dia, Tancredo de Almeida Neves foi eleito de forma indireta pelo Congresso Nacional como o primeiro presidente civil da República desde o golpe militar.
Um ano antes, em 1984, ele percorria o país em favor das “Diretas”. “A nação está cansada do arbítrio! Não admitimos mais as manobras que protelassem o retorno das liberdades democráticas”, bradava Tancredo. (Ouça acima todos os detalhes no áudio)
Apesar do entusiasmo de Tancredo Neves, os brasileiros não tiveram a chance de escolher o presidente de forma direta. A indicação veio em 1985 pelo Colégio Eleitoral.
Paulo Maluf foi candidato à Presidência pelo PDN e Tancredo concorreu pelo PMDB, fruto do único partido de oposição na época do bipartidarismo, o MDB, ao lado de José Sarney como vice na chapa.
Tancredo Neves recebeu 480 votos contra 180 de Paulo Maluf – o voto decisivo foi dado pelo deputado João Cunha, do PMDB, que disse:
“Deus me permitiu dizer hoje que com o meu voto faço dele o golpe final contra a ditadura fascista e entreguista que infelicitou minha pátria”, bradou. “Voto em Tancredo Neves, na vitória!”, clamou para os aplausos e hurras dos congressistas.
Coube ao presidente do Colégio Eleitoral, Moacir Dalla, proclamar o resultado: Proclamo eleito presidente da República Federativa do Brasil para o período a se iniciar em 15 de março de 1985 Sua Excelência o Dr. Tancredo de Almeida Neves”.
Quis o destino, porém, que dois meses depois, na véspera da posse, Tancredo Neves ficasse doente. Um constrangido José Sarney assumiu a presidência.
O quadro de Tancredo Neves, de 75 anos, só piorava – a agonia terminou em 21 de abril de 1985.
Eleito há 30 anos pelo Colégio Eleitoral, Tancredo de Almeida Neves nunca foi presidente de fato do Brasil.
No entanto, o mineiro de São João del Rey é até hoje um símbolo da democracia, do fim do arbítrio, da volta da liberdade e da esperança.
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