Renato Duque quebra silêncio e afirma que vai provar sua inocência

  • Por Jovem Pan
  • 19/03/2015 15h39
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Marcelo Camargo/Agência Brasil Renato Duque quebra silêncio em CPI da Petrobras

*Com informações de Portal Câmara de Notícias

Na manhã desta quinta-feira (19), prestou depoimento à CPI da Petrobras, o ex-diretor da estatal, Renato Duque. O depoente declarou, no início que exerceria seu direito de permanecer em silêncio e que iria responder ao Judiciário todas as acusações feitas contra ele. O ex-diretor é mencionado como destinatário do pagamento de propinas por pelo menos cinco delatores da Operação Lava Jato. São eles: o ex-gerente de Tecnologia da estatal Pedro Barusco, o ex-diretor Paulo Roberto Costa, o doleiro Alberto Youssef e os empresários Júlio Camargo e Augusto Mendonça Neto.

No entanto, Duque resolveu quebrar o silêncio algumas vezes durante a CPI. Na primeira delas ele se mostrou ofendido ao ser confundido com o ex-gerente da Petrobras, Pedro Barusco. Depois de quase duas horas de depoimento, em que ele se recusou a responder todas as perguntas feitas pelos deputados, a única frase do ex-diretor da Petrobras que fugiu à variação de “calo-me por direito” foi: “Não me confunda com Pedro Barusco”.

Outro momento em que resolveu falar foi ao dizer que sua esposa não conhece o ex-presidente Lula e nem o tesoureiro do Instituto Lula, Paulo Okamotto. A única resposta que o ex-diretor da Petrobras concordou em dar à CPI da Petrobras, depois de duas horas de depoimento em que optou por permanecer calado, foi para negar informação publicada em um blog da revista Veja de que ele foi solto da prisão no final do ano passado depois da intervenção de Lula junto ao ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal.

Segundo o blog de Felipe Moura Brasil, a esposa de Duque teria procurado Lula e Okamotto e ameaçado delatar o envolvimento do ex-presidente na corrupção da Petrobras se Duque não fosse libertado. Duque explicou que iria contrariar a orientação de seu advogado de ficar calado e responder a pergunta diante das ameaças da CPI de convocar sua mulher. “Estou entendendo como uma ameaça”, disse.

Dando continuidade à CPI, o ex-diretor ainda afirmou que não conhece o doleiro Alberto Youssef, que o acusou em delação premiada de receber propinas de empresas contratadas pela estatal.

Após quatro horas de depoimento, Duque rompeu o silêncio novamente e negou afirmações feitas pelos membros da comissão para defender o filho. Ao responder pergunta da deputada Eliziane Gama (PPS-MA), ele admitiu que seu filho trabalhou em uma empresa contratada pela Petrobras, a Technip, fabricante de tubos flexíveis para a exploração de petróleo em águas profundas. “Vou contrariar a orientação do meu advogado e responder essa pergunta. Meu filho trabalhou na Technip nos Estados Unidos, mas a Technip não tem nenhuma relação com a UTC”, disse, em referência a uma das empresas acusadas de pagar propina a funcionários da Petrobras por conta de contratos firmados com a estatal.

Ao fim ele ainda disse que o filho foi contratado como head hunter da Technip. “Quando ele recebeu o convite eu fiz uma consulta formal à Petrobras para saber se havia algum impedimento e a resposta da companhia foi de que não havia nenhum problema”, disse.

Ao final da CPI, o ex-diretor disse que é inocente e que vai provar que não tem envolvimento nas denúncias feitas pelo Minist´´erio Público relativas à Lava Jato.

“Eu me recusei a responder as perguntas da CPI por orientação da minha defesa e isso não significa que eu seja culpado. Eu vou provar que meus bens não são produto de corrupção. Tenho orgulho de ter trabalhado na Petrobras e lamento o que está acontecendo na companhia”, finalizou.

O advogado garantiu que Duque não vai falar em delação premiada e que só no final do processo ele vai falar ao juiz. Ele afirma que nao levaria nenhum cliente seu a fazer delação premiada e que ele falará ao juiz. O nome do advogado é Alexandre Lopes e ele ainda diz que Duque nega que tenha dinheiro no exterior.

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