Renúncia coletiva é uma “visão utópica”, afirma Marco Aurélio Mello

  • Por Jovem Pan
  • 16/10/2015 10h11
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BRASÍLIA, DF, 19.02.2014: SESSÃO/STF/DF - O ministro Marco Aurélio Mello - Sessão no plenário do STF (Supremo Tribunal Federal), nesta quarta-feira (19), em Brasília. (Foto: Sérgio Lima/Folhapress) Sérgio Lima/Folhapress Ministro Marco Aurélio Mello durante julgamento no Supremo Tribunal Federal - STF

Em entrevista a Jovem Pan, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Marco Aurélio Mello afirmou que uma renúncia coletiva da presidente Dilma, seu vice Michel Temer e do presidente da Câmara Eduardo Cunha “não seria o ideal, porque o País está sem poder tomar medidas visando combater a crise que repercute na vida do cidadão”.

Segundo o ministro, o País está em um impasse e se encontra estagnado. “Se realmente tivéssemos uma concepção fiel ao figurino caminharíamos para a renúncia. Mas isso é uma visão utópica”, afirmou. Questionado sobre o que uma possível renúncia causaria na população, Mello destacou que seria uma forma menos traumática, e que assim, teríamos novas eleições.

“Assumiria o presidente da Câmara dos Deputados por 90 dias e seriam convocadas eleições diretas, ou seja, o povo iria às urnas para eleger um novo presidente”, explicou.

A respeito da crise que atinge o Brasil no âmbito político e econômico, o ministro do Supremo disse que nunca viu algo desta magnitude. “Nunca vi uma crise como essa em que temos uma flexibilização enorme de valores. Temos a constatação de que houve a perda de parâmetros e abandono de princípios. Há um impasse que precisa ser afastado”, declarou.

Cunha e Planalto

Ao falar sobre um acordo entre o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e o Palácio do Planalto, como forma de ambos se manterem em seus cargos, Mello disse que, se for comprovado, “haveria uma descrença ainda maior do que a que reina hoje entre os cidadãos. Isso seria péssimo e impensável”.

No “acordo”, que foi comentado nos bastidores políticos, o Planalto intensificaria as articulações para salvar o mandato de Cunha, como moeda de troca, este não deixaria avançar nenhum pedido de impeachment.

O presidente da Câmara negou nesta quinta-feira (15) qualquer tipo de acordo com o Governo para evitar sua cassação. Em contrapartida, ele também negou qualquer tipo de articulação com a oposição, que o tem apoiado em troca de dar seguimento aos pedidos de impeachment.

*Ouça a entrevista completa

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