Resultado das eleições 2016 em São Paulo mostram afundamento do PT

  • Por Jovem Pan
  • 08/10/2016 10h05
Ricardo Stuckert/Instituto Lula Lula e Dilma Rousseff em em convenção nacional do PT em Brasília

O resultado das eleições 2016 em São Paulo mostraram um afundamento do Partido dos Trabalhadores e um crescimento dos partidos menores. Na disputa das prefeituras, no primeiro turno, o PT perdeu 88% das cidades, caindo de 70, em 2012, para apenas oito em 2016. A salvação do partido no Estado veio de Araraquara, Barra do Chapéu, Cosmópolis, Franco da Rocha, Itapirapuã Paulista, Motuca, Nantes e Rincão.

Para Bruno Souza da Silva, cientista político, a queda se deve aos escândalos em que o partido está mergulhado.

“O sentimento antipetista que nós temos aqui no Estado se fez presente também nessas eleições, mas mais do que apenas um antipetismo. No que diz respeito, sobretudo, a questão dos escândalos de corrupção no nível federal que acabaram respingando por todas as principais figuras políticas do partido. Ou seja, o partido perde muito”, disse.

Na opinião do cientista político, o PT terá que passar por um processo de crítica interna pesada e responder ao Brasil.

“E também a despeito apenas da questão dos escândalos de corrupção, o partido precisa pensar que é necessário dar respostas à sociedade. Eu acredito que alguma medida o próprio partido vai ter que tomar pra si a responsabilidade, coisa que, em larga medida, se omitiu em vários aspectos referente a esses escândalos, se omitiu em assumir a responsabilidade”, afirmou Souza. 

Grandes legendas também tiveram perdas, mas em números menores, como o PSDB e o PMDB, que perderam uma prefeitura. Em território paulista, legendas menores tiveram mais sucesso nas eleições, como explicou o cientista político.

“Mostra um quadro de fragmentação política que acabou se intensificando ainda mais. Se a gente verifica nos últimos anos, por exemplo, nas câmaras municipais há um movimento crescente desde 2008 de um aumento intensivo da fragmentação partidária nos próprios legislativos. Ou seja, os partidos nanicos, os partidos pequenos vêm, cada vez mais, ocupando espaço dentro da estrutura representativa.”

Dois dos partidos chamaram atenção: o Solidariedade foi de nenhuma prefeitura em São Paulo em 2012 para 12 em 2016, e o PSB que foi de 28 para 41.

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