Ainda não é hora de soltar rojão, diz especialista sobre trabalho

  • Por Jovem Pan
  • 09/08/2017 17h33 - Atualizado em 09/08/2017 17h47
Portal da Indústria/José Paulo Lacerda Economista, Hélio Zylberstajn preve melhora do mercado de trabalho no segundo semestre de 2017

Nesta terça-feira, o ministério do Trabalho divulgou os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do mês de julho. Segundo o órgão, houve a abertura de 35.900 postos de trabalho ante junho. Os números revelam que esse é o quarto mês de alta após a recessão de 2016.

Em entrevista à Jovem Pan, o professor de economia e administração da FEA-USP e especialista em relações do trabalho, Hélio Zylberstajn, explica que os dados devem ser comemorados, mas ainda não é para “soltar rojão”. “Nos sete meses desse ano, nós tivemos cinco com saldos positivos e dois negativos. É evidente que o mercado de trabalho se estabilizou”, afirma. O problema, segundo o especialista, é que esse número de 35.490 não é nada perto de 14 milhões de desempregados. “Não são resultados expressivos mas, pelo menos, deixaram de ser negativos”, afirmou Zylberstajn.

Dessa forma, apesar de baixa, é possível constatar uma recuperação do mercado. “Há um ano, nós tínhamos perdido 160 mil vagas de emprego. O ideal seria criar 160 mil postos, mas pelo menos saímos daquele movimento para baixo do elevador”, completa.

A indústria é o setor que mais empregou, com 12.594 postos, seguido do comércio (10.156), serviços (7.714), agropecuária (7.055) e construção civil (724). “ Em todos os setores importantes, nesse mês, não perdemos empregos. Só perdemos na indústria extrativa e na administração pública, que são setores pouco expressivos em termos de carteira assinada”, ressalta Zylberstajn.

O balanço do IBGE mostra que há uma queda leve do desemprego puxada pela informalidade, o que denota que a recuperação não pesa tanto estatisticamente. Mas para Zylberstajn o mais importante é a retomada do emprego, seja ele formal ou informal. “Se puxarmos pelo IBGE, nós estávamos perdendo até na informalidade. São sinais que mostram uma estabilidade no mercado de trabalho. O mercado não reagiu, mas parou de gemer”, completa o professor de economia e administração da FEA-USP.

 

 

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