RJ: Bares e restaurantes reabrem com restrições nesta quinta-feira
Segundo o SindRio, mais de mil estabelecimentos na capital anunciaram que não irão reabrir; a estimativa é que 27.500 pessoas tenham sido demitidas do setor
Bares, lanchonetes e restaurantes do Rio de Janeiro estão autorizados a reabrir a partir desta quinta-feira (2). A retomada acontece após cem dias de portas fechadas ou trabalhando apenas com entregas, por causa das medidas de isolamento adotadas em combate à Covid-19. Para o funcionamento, no entanto, os locais devem respeitas as restrições de horário até as 23h e permitir lotação de até 50% da capacidade.
Segundo o Sindicato de Bares e Restaurantes (SindRio), o setor está enfrentando graves consequências da pandemia e não há levantamento de quantas empresas conseguirão reabrir nesta quinta. De acordo com o SindRio, apenas em abril foram fechadas 18.925 vagas de emprego no estado do Rio de Janeiro, sendo 11.541 na capital. A estimativa até meados de junho era de 27.500 pessoas demitidas do setor fluminense.
A entidade destaca que, em maio de 2020, o recolhimento de ICMS, o Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços, na atividade de bares e restaurantes caiu 83,5%, na comparação com o mesmo período do ano passado, o que reflete a queda brutal no faturamento.
“O faturamento estimado do setor no estado do Rio foi de R$ 156,3 milhões, com retração de R$ 788,3 milhões na comparação com maio de 2019. Nos primeiros cinco meses do ano, na comparação com igual período de 2019, o faturamento das empresas do setor caiu 31,6% (-R$ 1,6 bilhão)”, informou o sindicato.
Campanha
Na semana passada, o SindRio lançou a campanha “Os restaurantes precisam de ajuda”. O objetivo é pedir que o governo disponibilize linhas de crédito “desburocratizadas e direcionadas” para suprir o fluxo de caixa de pequenas e médias empresas. O segmento pede também a postergação de obrigações fiscais e contábeis.
Durante o período de restrições, 60% dos estabelecimentos do Rio de Janeiro continuaram operando com serviços de entrega e retirada. Segundo o SindRio, 40% das empresas tiveram redução de faturamento entre 50% e 80% e 46,6% ficaram sem faturamento nenhum.
“Até o momento, não houve nenhuma ajuda governamental efetiva para os estabelecimentos, que não têm capital de giro para se manter sem funcionar, muito menos condições de reabastecer cozinhas e estoques para uma reabertura. Além disso, apenas 50% dos estabelecimentos têm o serviço de delivery. Mas a receita com as entregas representa só 25% do faturamento necessário. Fora as altíssimas taxas que os aplicativos cobram, que chegam a 25% do valor da conta”, explica o informe da campanha.
O sindicato alerta que mais de mil estabelecimentos na capital anunciaram que não irão reabrir. A estimativa é que, sem auxílio governamental, um terço dos bares e restaurantes pode fechar definitivamente até o fim do ano.
Linhas de crédito
Segunda uma pesquisa feita pelo SindRio em abril, 82% dos empresários do setor não tiveram acesso a linhas de crédito; 62% tiveram seus pedidos de crédito negados; e 20% fizeram empréstimos com familiares e amigos para continuar operando.
Quanto às demissões, em abril 9,5% dos entrevistados já tinham demitido mais de 70% do seu quadro; 7,9% demitiram entre 50% e 70%; e 43,9% não tinham feito demissões. Além disso, 29,6% das empresas usaram a suspensão de contratos para mais de 70% dos funcionários e 10,6% suspenderam temporariamente entre 50% e 70% do quadro.
*Com informações da Agência Brasil
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.