Maia: Quanto mais perto da eleição, mais difícil será aprovar a privatização da Eletrobras

Presidente da Câmara dos Deputados afirmou que o Parlamento funcionará em ritmo normal apenas até o início de agosto deste ano; eleições municipais ocorrerão em outubro

  • Por Nicole Fusco
  • 18/02/2020 13h38 - Atualizado em 19/02/2020 08h43
Alex Ferreira/Câmara dos Deputados O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ)

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), avaliou nesta terça-feira (18) que, quanto mais perto da eleição, mais difícil será aprovar a privatização da Eletrobras no Congresso Nacional. Segundo ele, o Estado brasileiro não conseguirá “cumprir sua função” para mantê-la.

“Vejo resistência em relação à Eletrobras. Quanto mais perto da eleição, mais difícil de aprová-la neste ano. Quanto mais rápido [o governo] construir acordo com o Senado, mais fácil”, afirmou. O deputado participou do evento CEO Conference 2020, promovido pelo banco BTG Pactual, em São Paulo.

“O Parlamento vai funcionar até o início de agosto em ritmo normal, e depois a partir da primeira semana de outubro”, justificou Maia.

O texto da privatização da Eletrobras foi apresentado pelo governo aos parlamentares em novembro de 2019 e enfrenta resistência dos senadores das bancadas do Norte e Nordeste, que contam com 48 membros. A proposta precisa do apoio de mais da metade dos senadores para ser aprovada.

“Se o governo organizar minimamente uma modelagem que atenda também ao Senado, ai a gente tem toda condição de votar muito rápido. Acho que está bem madura a votação da matéria”, disse Maia.

A respeito da privatização dos Correios, Rodrigo Maia afirmou que é o governo terá mais dificuldades para isso. “Ele é muito pulverizado e acho que a rede social, de fato, influencia o presidente”, avaliou o presidente da Câmara.

“Mundo ideológico do governo”

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, criticou o que chamou de “mundo ideológico do governo”. De acordo ele, alguns ministros têm uma agenda das redes sociais.

“Tem grupo dentro do governo e fora do Palácio que acham que ficar nessa polarização eleitoral e ideológica é o que mantêm a força política desses grupos. Mas a gente sabe que os problemas do Brasil são maiores e mais complexos do que ficar batendo boca com aqueles que pensam diferente da gente”, criticou.

Maia disse, ainda que, não chama esses grupos de esquerda ou direita. “Chamo de autoritário”, afirmou. “[São grupos] que só têm uma agenda, que é a do enfraquecimento do Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal, o que passa a ser mais grave.”

“Tem pessoas no governo que acham que vão atacar o ex-presidente Lula vão resolver os problemas na educação, no hospital, na violência”, disse.

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