Romero Jucá espera “sabatina muito rigorosa” de Janot e diz que “PMDB está tranquilo” em relação a denúncias

  • Por Jovem Pan
  • 24/08/2015 13h08
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Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil Senador Romero Jucá (PMDB-RR)

Em entrevista à Jovem Pan, o senador Romero Jucá (PMDB-RR), membro da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a mais importante da Casa, falou sobre a sabatina por que deve passar o procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Janot foi indicado por Dilma para mais dois anos de mandato à frente do Ministério Público.

O próprio Jucá está entre os investigados pela Procuradoria na Operação Lava Jato. O nome do senador apareceu em depoimento do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa. Ele foi citado, junto com outros 27 políticos, como beneficiário do esquema de propinas da companhia.

Mesmo assim, Jucá classifica Janot como um “homem preparado, experiente, (que) tem realizado um ótimo trabalho”. “Ninguém está acima da lei”, diz.

Apesar da tranquilidade, Jucá espera que a sabatina da próxima quarta seja “uma sabatina bastante rigorosa”, e relembra que a de Luiz Fachin para o STF durou nove horas. O senador espera que a indicação de Janot seja votada tanto na CCJ quanto no plenário do senado na própria quarta.

“É claro que muitas avaliações já foram feitas e ele (Janot) realiza um excelente trabalho”, elogiou. “Mas como existem todos esses questionamentos sobre operações, a tendência é que haja um debate mais profundo e uma inquirição mais contundente”.

“Descontentes vão inquirir sobre alguns tipos de aspectos que em tese foram considerados excessos por parte da Procuradoria e da Polícia Federal”, disse também Jucá, referindo-se indiretamente à Operação Lava Jato. “Eu farei perguntas técnicas”, garante, no entanto.

Fernando Baiano

O senador peemedebista também respondeu sobre Fernando Baiano, apontado como lobista e operador do PMDB no esquema dor corrupção da Petrobras.

“Fernando Baiano não é lobista do PMDB, PMDB não tem lobista, PMDB não funciona dessa forma”, enfatizou. Jucá disse que deve-se investigar a denúncia para “saber qual é a motivação desse tipo de declaração”. O PMDB está tranquilo”, garante.

Jucá assumiu no entanto que Baiano “esteve uma vez no senado durante votação de mudanças de regras do marco da Petrobras”.

Ele diz que, pessoalmente, “não tenho pessoalmente nenhuma relação com Fernando Baiano”.

“No caso do Senado a relação não existe; não posso falar de outros setores até porque seria leviandade”, ressaltou Jucá.

PT e PMDB

“Eu hoje tenho uma posição independente do governo”, disse o senador, descartando a ruptura, mas longe de uma aproximação do Planalto. Jucá lembra que foi líder dos governos FHC, Lula e primeiro governo de Dilma.

“Me afastei da base do governo, mas tenho ajudado a votar matérias importantes para o País”, afirmou.

Sobre a posição partidária em relação ao PT, Jucá espera o congresso do PMDB.

“Temos que reconstruir ou pelo menos realinhar o PMDB”, disse, sobre o evento, destacando a importância de mudar a “forma” de fazer política, considerando, por exemplo, as redes sociais.

Questionado sobre um possível impeachment de Dilma e se o PMDB estaria preparado para um eventual governo, Jucá desconversou. “Seria antecipar os fatos se a gente fizesse qualquer tipo de ilação nessa direção”, disse.

“O PMDB está preparado para continuar ajudando o Brasil”, discursou.

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