Rosso: momento é de articulação e Temer deve “ciscar pra dentro” de base aliada

  • Por Jovem Pan
  • 04/08/2017 15h44 - Atualizado em 04/08/2017 16h05
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Líder do PSD, dep. Rogério Rosso (DF) Data: 07/07/2015. Foto: Gustavo Lima/ Câmara dos Deputaods ( 07/07/2015) Gustavo Lima / Câmara dos Deputados Deputado Rogério Rosso (PSD-DF) defende a aprovação da reforma tributária antes da previdenciária

Após conseguir barrar a denúncia contra o presidente Temer na Câmara, o governo deve se voltar para a aprovação das reformas previdenciária e tributária. No entanto, o resultado da última votação 263 a 227 mostra que Temer perdeu o apoio político. A estratégia a partir de agora será intensificar o corpo o corpo entre os congressistas, uma vez que é preciso obter o mínimo de 308 votos para que as duas reformas passem.

Em participação no Jornal Jovem Pan, o deputado Rogério Rosso (PSD-DF), que integra o chamado “Centrão”, reiterou que a prioridade do governo será recompor as forças dos 11 partidos com Ministério. “Há dez minutos eu conversei com o presidente Temer, pelo telefone, e até falei que o momento agora é ‘ciscar para dentro’. Ele deve continuar na articulação política, diferente da presidente Dilma que terceirizava a articulação, e ele tem feito pessoalmente, o que tem dado resultado”, explicou o parlamentar.

Rosso citou ainda que a votação da denúncia contra Temer revela que a base governista não tem a quantidade de votos necessários para aprovar as reformas. “O presidente tem a cabeça de parlamentar deve continuar no dia a dia com as articulações. O presidente tinha uma base mais consolidada antes das delações da JBS com 380 parlamentares, mas na última votação perdeu uns 110. Só que a própria linha programática do PSDB aponta que o partido defende as reformas, principalmente a previdenciária. Se antes, não estava fácil aprovar o texto imagina agora?”, indagou o deputado.

Segundo o parlamentar, a prioridade deveria ter sido a aprovação da reforma tributária antes da reforma da previdência. “Como o Brasil quer ser competitivo com esse sistema de custos incidentes sobre a produção? Jamais seremos. Eu sou contra o texto aprovado na CCJ da Câmara (Comissão de Constituição e Justiça) por uma série de motivos”, revelou Rosso.

O deputado salienta que a maioria dos parlamentares ainda é contra o texto atual por conter algumas imperfeições, como a questão da idade mínima. “Desses 260, com certeza, a maioria não vota o texto da previdência”, afirmou.

Questionado quanto a sua leitura em relação ao governo Temer, Rogério Rosso ressaltou que o Brasil vive tempos difíceis por conta da crise política, motivada por denúncias e delações, e a aprovação das reformas fariam o País retomar o crescimento. “Esse, talvez seja o único exemplo no mundo em que o presidente tem 90% de rejeição e mais da metade do Congresso”, finalizou.

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