Rui Falcão defende a volta do PT às origens e às bandeiras históricas

  • Por Agência Brasil
  • 30/03/2015 21h30
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SÃO PAULO, SP, 26.10.2014: RIO FALCÃO/ELEIÇÕES - O deputado estadual e presidente do PT, Rui Falcão, durante votação na PUC (Pontífica Universidade Católica), no final da manhã deste domingo (26), na região oeste de São Paulo. (Foto: Kevin David/Brazil Photo Press/Folhapress) Folhapress O deputado estadual e presidente do PT

Após reunião da Executiva do PT em São Paulo, que reuniu hoje (30) 27 presidentes de diretórios regionais e o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente nacional do PT, Rui Falcão, disse que o partido pretende se reaproximar dos movimentos sociais, da militância e voltar às suas origens e bandeiras históricas, deixando os gabinetes e retornando às ruas e ao diálogo.

Essas diretrizes foram reforçadas no fim do evento em um manifesto de três páginas assinado pelos 27 presidentes dos diretórios. O documento deve ser discutido no 5º Congresso do PT, que será realizado entre os dias 11 e 13 de junho, em Salvador.

Segundo Falcão, o partido tem refletido que é preciso mudar muitas coisas, entre elas o abandono da democracia participativa. “Muitos dos erros cometidos são por causa disso”, disse. Ele defendeu a necessidade de retomada da “tradição contestatória” e que seja articulada uma frente política que defenda a reforma política e tributária.

“O atual sistema tributário é injusto e regressivo, porque onera mais os impostos indiretos, ou seja, a maioria da população com o Imposto de Renda. Quem paga na fonte, não tem como escapar. E o Imposto de Renda sobre pessoas jurídicas permite escândalos como este que está sendo apurado, do Carf, que é três vezes maior do que todo prejuízo da Petrobras. Para não falar do HSBC, cuja fonte principal é a evasão fiscal e a lavagem de dinheiro”, acrescentou Falcão. Ressaltou que, caso membros do PT sejam condenados em algum desses escândalos, serão desfiliados do partido.

Para Falcão, é preciso que sejam retomadas as conferências de saúde e de educação, de modo a ajudar na construção de políticas públicas. Ele também defendeu um encontro entre a presidenta da República, Dilma Rousseff, e os movimentos sindicais e sociais.

Segundo Falcão, o PT sofre hoje um forte ataque. “Nenhum dos diretores da Petrobras ou delatores são filiados ao PT. As doações que recebemos foram também para PMDB, PSDB, e PSB. Por que para os outros partidos é doação e para o PT é propina? Isto precisa ser provado. Nossas doações foram legais, declaradas ao Tribunal Superior Eleitoral, que não nos contestou em nenhum momento”.

Amanhã (31), o partido participa do Dia Nacional de Mobilização, cujo slogan é “Democracia sempre mais, ditadura nunca mais”. Em São Paulo, o ato começa às 18h, na quadra do Sindicato dos Bancários, no centro da capital paulista, e terá a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Sobre João Vaccari Neto, Rui Falcão afirmou que a situação dele no partido não foi discutida na reunião de hoje, principalmente porque nem todos os membros da Executiva estavam presentes.

Mais cedo, o ex-governador do Rio Grande do Sul Tarso Genro (PT) defendeu o afastamento de Vaccari Neto do comando da Secretaria de Finanças do PT. Segundo Falcão, apenas os diretórios de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul entregaram cartas pedindo o afastamento de Vaccari. “Não era local para deliberação”, esclareceu, ressaltando que isto poderá ocorrer dia 17 de abril, durante encontro do Diretório Municipal, em São Paulo.

“Ele é investigado há um ano por essas denúncias. Teve sigilo fiscal, telefônico e bancário quebrados. Já depôs na Polícia Federal e não está preso. Ele é acusado, mas quem é acusado não necessariamente é culpado”, concluiu.

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